Rehn diz que é “prematuro” falar de mais um ano para Portugal corrigir défice

Foto
Olli Rehn Foto: John Thys/AFP

Questionado sobre o desejo já manifestado pelo Governo português de contar com mais um ano para corrigir o défice excessivo das contas públicas, face à revisão em baixa do crescimento económico, que Bruxelas hoje mesmo “confirmou” nas suas previsões económicas de inverno (projectando uma recessão de 1,9% este ano), Olli Rehn disse que é necessário aguardar pela conclusão da sétima revisão do programa de ajustamento.

“Do ponto de vista da Comissão, é prematuro falar de potenciais implicações para o procedimento por défice excessivo com base nestas previsões de inverno. A próxima missão da revisão começa na segunda-feira, e irá analisar em maior detalhe as projecções prováveis de crescimento económica e finanças públicas de Portugal, e como tal, a avaliação será feita durante esta sétima missão de revisão que começa na próxima semana”, declarou Olli Rehn.

O comissário, que falava na conferência de imprensa de apresentação das previsões económicas de inverno, hoje divulgadas pelo executivo comunitário, remeteu por isso uma decisão para depois da conclusão da próxima avaliação que será levada a cabo a partir da próxima segunda-feira por membros da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

“Voltaremos a este assunto na devida altura, depois de a missão de revisão ter concluído o seu trabalho”, disse.

Na passada quarta-feira, o ministro das Finanças disse ser “razoável conjecturar” que Bruxelas dê mais um ano a Portugal face à revisão em baixa das projecções económicas.

“No contexto do procedimento dos défices orçamentais excessivos, a Comissão Europeia tem conferido um peso acrescido às medidas de saldo estrutural. Sendo assim, é razoável conjecturar que a Comissão Europeia ponderará, em tempo oportuno, propor ao Conselho Ecofin (ministros da Economia e Finanças da União Europeia), o prolongamento por um ano concedido a Portugal para corrigir a situação de défice orçamental excessivo”, afirmou Vítor Gaspar.