ISCTE demarca-se de manifestação contra Relvas e lamenta sucedido

Instituto garante que “cultiva as liberdades individuais e a participação democrática”.

"Maquiavel Relvas" canta Grândola, Vila Morena

 Miguel Relvas esteve no ISCTE para discursar no encerramento da conferência organizada pela TVI para comemorar os seus 20 anos, em que se debateu o futuro do jornalismo. Porém, depois de ser recebido com uma enorme vaia, gritos de “demissão” e cartazes com palavras de ordem empunhados por várias dezenas de jovens quando chegou ao local e quando subiu ao palco para discursar, o ministro decidiu abandonar o local sem articular palavra.

Boa parte da cerca de uma centena de jovens que se manifestou dentro do auditório seguiu o ministro, que tentou sair do edifício por várias portas. Houve empurrões, gritos, e até se ouviu entoar a canção Grândola, Vila Morena.

Num comunicado de três frases enviado ao fim da tarde desta quarta-feira às redacções, o ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa começa por dizer que é uma “instituição aberta à sociedade que cultiva as liberdades individuais e a participação democrática enquanto valores centrais para uma cidadania activa e responsável”.

A reitoria do instituto diz que “lamenta que a liberdade de expressão não tenha podido ser exercida” pelo ministro na conferência da TVI e adianta que “continuará a acolher todas as iniciativas e debates no respeito pela pluralidade de opiniões, a qual constitui uma das marcas da sua cultura institucional”.

Cerca de uma hora depois dos incidentes no ISCTE, o gabinete do primeiro-ministro emitiu uma nota em que repudiava as “circunstâncias anómalas” que levaram Relvas a “suspender a sua intervenção” e garantia que "nunca se deixará condicionar por acções de natureza semelhante no exercício constitucional das suas funções".

Foi a segunda vez que Miguel Relvas foi vaiado em menos de 24 horas, depois de ter sido insultado e ouvido cantar <i>Grândola, Vila Morena</i> durante um debate em Vila Nova de Gaia, na segunda-feira à noite.
 

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