Empate com o Nacional tira mais do que só dois pontos ao Benfica

O jogo na Madeira teve um pouco de tudo. Um autogolo, três expulsões e muitas jogadas de perigo. Os “encarnados” estiveram a perder, depois deram a volta ao marcador mas acabaram por consentir a igualdade.

Foto
O benfica marcou passo frente ao Nacional Gregório Cunha/AFP

Insistindo na política de rotatividade que, esta época, tem colocado em prática, Jorge Jesus fez algumas alterações no “onze” benfiquista. Apostou em Luisinho e em Rodrigo de início, por exemplo, mas estas duas novidades não resultaram.

O Benfica entrou adormecido e nos primeiros dez minutos da partida foi o Nacional quem teve um par de boas ocasiões para marcar. Avisos para o que surgiria pouco depois, num lance com culpas para a defesa benfiquista, que se revelou permissiva. Quem não se preocupou com isso foi Diego Barcelos, que inaugurou o marcador e obrigou os jogadores “encarnados” a despertarem.

Aos poucos o Benfica foi-se “espreguiçando” e um autogolo de Mexer, que desviou para dentro da baliza do Nacional um cruzamento de Luisinho, deu o abanão que faltava para os lisboetas tomarem conta do jogo.

Foi o melhor período dos “encarnados” que chegaram a enviar uma bola ao poste da baliza de Gottardi, num remate de Lima. O guarda-redes brasileiro teve que se aplicar em algumas ocasiões já que o Benfica, especialmente através de Urreta (pela primeira vez titular nesta época), jogava agora rápido. E foi num lance construído pelo uruguaio, que arrancou uma falta à entrada da área nacionalista, que os benfiquistas chegariam ao golo da vantagem, num livre primorosamente marcado pelo próprio.

O intervalo chegou pouco depois e fez bem ao Nacional. A equipa de Manuel Machado nunca se desorganizou e manteve o seu estilo de jogo, muito assente em rápidas jogadas de contra-ataque, na maior parte dos casos conduzidas por Candeias ou por Mateus.

E foi, precisamente, num desses lances, construído no flanco defendido por Luisinho, que o golo do empate surgiria e protagonizado pelo português e pelo angolano – Candeias centrou e Mateus desviou para dentro da baliza, fazendo o que Keita, à sua frente, não conseguiu.

Proença no olho do furacão
Na iminência de perder dois pontos e atrasar-se na classificação da I Liga, deixando fugir o FC Porto no topo da tabela, Jorge Jesus apostou no ataque. Fez entrar Cardozo e, já muito perto do final da partida, chamou Kardec. Só que os golos não surgiram, fosse por desinspiração dos lisboetas, fosse pela qualidade dos madeirenses que, à medida que o tempo ia passando, deixaram de apostar tanto no contra-ataque e concentraram-se mais na defesa do ponto que tinham na mão.

E foi já nos minutos finais que a polémica tomou conta da partida. Tudo porque Pedro Proença mostrou o cartão vermelho directo a Cardozo depois do avançado paraguaio, numa tentativa de apressar a marcação de um canto favorável aos “encarnados”, tirar a bola a Marçal que, por sua vez, procurava retardar o recomeço do encontro. Um pontapé de Cardozo na perna do defesa nacionalista levou-o ao chão e tornou inevitável o cartão vermelho, bem mostrado pelo melhor árbitro português da actualidade. Cardozo não gostou e ainda puxou a camisola do juiz da partida quando ele estava de costas para si. Proença seria ainda atingido por uma garrafa de plástico atirada da bancada. Mas o homem que apitou a final da Liga dos Campeões e do Euro 2012 agiu bem e, no meio da confusão, não se esqueceu de mostrar também o cartão amarelo a Marçal (o segundo, que implicou a expulsão do nacionalista) por ter tentado demorar o recomeço da partida.

Mais tarde, e já no período de descontos, Proença não pareceu ter estado tão inspirado na expulsão (com vermelho directo) de Matic, já que não se vislumbra qualquer agressão do sérvio a Candeias. Mas uma coisa é certa. Não foi por causa de Pedro Proença que o Benfica deixou dois pontos na Madeira.

Sugerir correcção
Comentar