Vienenses podem ir nus ao museu para ver nus masculinos

O sucesso da exposição Homens Nus levou o Museu Leopold, em Viena, a prolongá-la até Março e a reservar um dia para quem queira visitá-la em pelota.

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Um cartaz com a obra "Mr Big" da artista austríaca Ilse Haider que anuncia a exposição AFP

Acedendo a alegadas solicitações de associações nudistas, o Museu Leopold vai ainda reservar um dia para aceitar visitantes despidos. No dia 18 de Fevereiro, a partir das 18h00, quem quiser ir nu ver os nus está, por assim dizer, à vontade.

A decisão irá provavelmente provocar polémica, mas a controvérsia tem sido, desde o início, um dos factores de sucesso desta exposição. Ainda antes da abertura, o Leopold espalhou pelas paredes de Viena cartazes de grande dimensão mostrando três jogadores de futebol fotografados em nu frontal integral, um trabalho dos fotógrafos franceses Pierre e Gilles. Os protestos foram tantos que o museu teve de mandar colar umas faixas vermelhas em cima dos cartazes, para tapar os genitais dos jogadores. Mas é bastante provável que a mediatizada polémica em tornos destes outdoors tenha contribuído para o sucesso de Homens Nus.

A ideia de permitir que a exposição seja vista por visitantes nus é um golpe de marketing com precedentes próximos. O Museu Leopold, que conserva a maior colecção mundial de obras do pintor austríaco Egon Schiele (1890-1918), dedicou-lhe em 2005 a exposição A verdade nua: Klimt, Schiele, Kokoschka e outros escândalos, tendo oferecido bilhetes gratuitos aos visitantes que se apresentassem nus. E apresentaram-se algumas centenas.

Comissariada por Tobias G. Natter e Elisabeth Leopold, a exposição Homens Nus reúne cerca de 300 peças que sinalizam o tratamento do nu masculino na pintura, na escultura e na fotografia, de 1800 até à actualidade. Antonio Canova, Johan Heinrich Füssli, Egon Schiele, Richard Gerstl, Anton Kolig, Jean Cocteau, David Hockney, Andy Warhol, Robert Mapplethorpe ou Francis Bacon são alguns dos muitos artistas representados. E os curadores reservaram ainda um núcleo para o olhar feminino sobre o corpo masculino, preenchido com trabalhos de artistas como Maria Lassnig, Louise Bourgeois ou Nan Goldin.

 
 
 

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