Motim em prisão da Venezuela faz 55 mortos
Intervenção das autoridades para desarmar reclusos termina em confrontos violentos.
O estabelecimento prisional de Uribana, na cidade de Barquisimeto, tem cerca de 2500 reclusos, o triplo da sua capacidade, e é considerado um dos mais violentos do país.
Na sexta-feira, a Guarda Nacional da Venezuela preparava-se para uma intervenção de grande alcance na prisão, para apreender armas entre os reclusos, perante notícias de lutas entre grupos rivais dentro do estabelecimento.
A operação começou às 7h, mas três horas depois começaram a ouvir-se tiros e explosões. Na versão do Governo, grupos de reclusos atiraram contra os agentes da Guarda Nacional.
Ao longo do dia, foram surgindo as vítimas. À noite (madrugada de sábado em Lisboa), o hospital central Antonio Maria Pineda, de Barquisimeto, dava conta da gravidade da situação. “Temos um saldo aproximado de 90 feridos, a maior parte por armas de fogo, com uma cifra alarmante de pelo menos 50 mortos”, disse à agência AFP o director do hospital, Ruy Medina. Pelo menos 14 feridos tiveram de ser submetidos a cirurgias.
Entre as vítimas estão reclusos, militares e guardas prisionais. A Guarda Nacional montou barricadas à volta da prisão, de onde os presos, muitos deles com a roupa coberta de sangue, foram sendo transferidos para outras unidades.
A prisão de Uribana foi inaugurada em 1999, com o objectivo de ser um estabelecimento modelo, no que seria uma nova política para a melhoria do sistema prisional. Em 2011, o Governo de Hugo Chávez criou um Ministério dos Assuntos Penitenciários. Mas um ano depois, mais de 500 reclusos tinham sido mortos e 1200 ficaram feridos em diversas prisões.