Falta de electricidade inutilizou vacinas em vários centros de saúde
Sindicato de Enfermeiros Portugueses avança que ausência de geradores ou de combustível impediu o funcionamento dos equipamento de refrigeração.
Paulo Anacleto, que é também coordenador da direcção regional de Coimbra do SEP, explicou que a ausência de geradores nos centros de saúde afectados pelo mau tempo ou a ausência de combustível para garantir o seu funcionamento “quebrou a cadeia do frio das vacinas, que necessitam de uma temperatura adequada”.
O responsável sublinhou que este problema, “que tem a ver com cuidados primários e prevenção”, tem sido colocado ao longo do tempo às administrações regionais de saúde, pelo que “é inaceitável este tipo de desperdícios e de má gestão que, infelizmente, são comuns em todo o país”.
O número de vacinas inutilizadas que não poderão agora ser administradas está ainda por apurar, carecendo de um levantamento, segundo Paulo Anacleto.
Esta quarta-feira, em comunicado, a direcção regional de Coimbra do SEP frisou que no caso das situações que se verificaram em diferentes centros de saúde localizados na região centro “só foi possível devido à incúria e ao permanente desinvestimento” com que a Administração Regional de Saúde do Centro (ARS) “tem tratado esta problemática do acondicionamento das vacinas”. Em causa estão “frigoríficos inapropriados para o fim a que se destinam, sem termómetro, sem gráfico de registo de temperaturas e sem um aparelho que faça acumulação de energia e consiga manter os frigoríficos a funcionar durante pelo menos 48 horas”.
O resultado, defende o sindicato, está à vista: “o desperdício de milhares de euros que podiam ser alocados a melhores condições de trabalho e de exercício profissional dos enfermeiros e restantes profissionais dos centros de saúde”.
A Autoridade Regional de Saúde do Centro reagiu, em comunicado, garantindo não ter "conhecimento de qualquer situação de inutilização de vacinas provocada pela falta de energia elétrica nos centros de saúde da região".