ACP aplaude recuo nas alterações ao trânsito na Avenida da Liberdade
Intervenção da Câmara de Lisboa naquela zona foi "um triste exemplo de má gestão dos dinheiros públicos", afirma o ACP.
Em comunicado, o ACP congratula-se “com o reconhecimento do enorme erro por parte da autarquia e saúda o vereador da mobilidade, Nunes da Silva, por ter constatado desde o início que o plano não funcionava”.
Contudo, afirma que “este episódio não deixa de ser um triste exemplo de má gestão dos dinheiros públicos por parte do presidente e do vice-presidente da Câmara”.
No documento, o ACP lembra que alertou para o “caos que este esquema da Câmara iria provocar”. Diz ainda que quer saber quais os valores da poluição antes e depois das alterações na avenida e quanto custou toda esta “experiência falhada aos contribuintes”.
Em declarações ao PÚBLICO, o vereador Nunes da Silva recusou a ideia de que a experiência, em vigor desde Setembro, foi "falhada". E argumentou: "Há três aspectos que foram conseguidos: a rotunda está a funcionar melhor, o novo modelo evita congestionamentos nas transversais, o túnel do Marquês deixou de ter congestionamento e as laterais da Avenida da Liberdade estão muito mais tranquilas". Além disso, sublinhou, "estão a baixar as concentrações de poluentes".
Sobre o custo desta intervenção (inicialmente, o custo apresentado rondava os 700 mil euros), Nunes da Silva sublinha que "grande parte dos custos têm a ver com aspectos que não sofrem alteração, como os dois troços da rotunda exterior do Marquês". O outro elemento com "custos elevados" foi o sistema de semaforização, no qual foram gastos 250 a 300 mil euros. "Passamos de nove para 18 passadeiras de peões so na zona da rotunda, mas isso é um ganho para as pessoas", argumenta.
O recuo nas alterações à circulação na Avenida da Liberdade implica, sobretudo, eliminar a sinalização horizontal e vertical, afirmou o vereador. "Não é um valor significativo e acho preferível gastar pouco dinheiro nisso para ver se funciona ou não. Além disso, a avenida vai ser repavimentada", sublinhou.
Criticando o presidente da Câmara, António Costa, por “apontar o dedo aos transportes públicos poluentes”, o ACP reafirma que se mantém “contra as alterações na rotunda do Marquês de Pombal enquanto não for aberta uma terceira via na rotunda exterior, fundamental sobretudo para os transportes públicos”.
A Câmara de Lisboa aprovou nesta quarta-feira as alterações finais ao trânsito na rotunda do Marquês de Pombal e na Avenida da Liberdade, criadas para reduzir a poluição na zona, com os com os votos contra do PSD e do CDS-PP, a abstenção do PCP e a favor da maioria socialista e dos independentes Helena Roseta e José Sá Fernandes.