O novo modelo Lexus LS da Toyota, em exposição no salão de sector electrónico CES, em Las Vegas, não tem passado despercebido. Com grandes radares no tejadilho, baterias com sensores e lasers e câmaras na parte da frente, o automóvel é visualmente idêntico ao protótipo patenteado pela Google, em 2011, e pode conduzir sozinho. “Mas nós não vamos deixar”, adverte o porta-voz da marca nos Estados Unidos, Jim Pisz.
Os objectivos de uns e outros são diferentes. Ao contrário da empresa americana de serviços na Internet, que procurou melhorar o"software" de mapeamento, a construtora nipónica de carros apostou na segurança dos automóveis. “Estamos à procura de um carro que consiga eliminar colisões. Zero colisões é o nosso principal objectivo”, disse o porta-voz do fabricante, citado pela BBC.
Baseado num sistema de transportes inteligente, o objectivo é que o novo automóvel seja “utilizado em conjunto com o condutor”, referiu Pisz. O carro consegue detectar se o condutor está suficientemente consciente para se manter na estrada ou parar em semáforos. Além disto, é ainda capaz de detectar a presença de peões na estrada, distinguir se um sinal está verde ou vermelho e comunicar com outros veículos.
Segundo o porta-voz da Toyota, a interacção com o condutor passa ainda pelo envio de conteúdos de realidade aumentada para um "smartphone", como recomendações de restaurantes.
O Lexus LS circulará apenas nos centros de investigação da Toyota e, num futuro próximo, não será posto à venda.
Apostas de outras marcas
Criar automóveis autónomos e cada vez mais amigos do condutor tem sido uma aposta crescente dos fabricantes, sobretudo nos modelos topo de gama. Além da Google, também a Volvo, em 2012, experimentou um carro autopilotado numa auto-estrada em Espanha.
Segundo o Wall Street Journal, na próxima sexta-feira, na mesma feira, em Las Vegas, a Audi deverá apresentar um carro que estaciona sozinho e que, em “situações de condução entediantes”, pode conduzir de forma autónoma, adaptando a velocidade ao percurso e permitindo que o condutor possa realizar outras tarefas como consultar o email ou realizar uma videochamada.
“Os veículos actuais são computadores rolantes”, diz um membro do departamento de desenvolvimento técnico da Audi, Wolfgang Dürheimer. Ainda assim, é sempre necessário tocar no volante para mudar de via.
As opções automatizadas serão produzidas em série, mas o veículo com estas características só será comercializado dentro de cinco a oito anos.
A norte-americana Ford, que antes argumentava que “não fazia sentido ter grandes equipas a trabalhar” na produção de um automóvel sem condutor, mudou de ideias depois de a Google ter patenteado um modelo semelhante e apostou igualmente na investigação deste tipo de tecnologia.