Google patenteia tecnologia para carros que conduzem sozinhos
A ideia desta patente da Google não é desenvolver um veículo que venha ter connosco quando o chamamos e que nos leve de casa ao trabalho enquanto lemos o jornal, mas abre as portas a um futuro mais próximo daquilo que hoje é ainda ficção.
A patente descreve a criação de uma zona com marcadores especiais, onde o condutor pode parar o seu veículo. Uma vez estacionado, o automóvel identifica automaticamente outro marcador, desenhado no chão, que determina a posição exacta e transmite a informação necessária para que o carro possa então seguir viagem até outra zona com os mesmos marcadores especiais, a quilómetros de distância, mas já sem a intervenção do condutor. Para além da condução sem intervenção humana, estas zonas com marcadores especiais podem transmitir, por exemplo, dados sobre a área circundante, mapas ou informação de trânsito.
Projecto para automóveis sem condutor foi apresentado no ano passadoEsta patente atribuída à Google é uma peça de um projecto mais ambicioso, revelado em Outubro do ano passado, quando a empresa anunciou que estava a trabalhar num carro que conduz sozinho. O engenheiro responsável pelo projecto, Sebastian Thrun, disse então que o objectivo é "ajudar a prevenir acidentes, poupar tempo às pessoas e reduzir as emissões de carbono".
A ideia é que um carro-robô reagirá mais rapidamente e é imune aos efeitos do álcool e das drogas ou à sonolência. A condução seria também mais suave, reduzindo travagens e acelerações desnecessárias, poupando assim combustível.
Os carros já testados – alguns Toyota Prius e um desportivo Audi TT adaptados – nunca são, porém, lançados sozinhos à estrada. Há sempre alguém atrás do volante. E, para assumir o controlo do veículo, basta girar o volante ou travar, como acontece com os comuns sistemas de "cruise control" (que mantêm automaticamente estável a velocidade de um carro). Há também um botão vermelho, que permite passar imediatamente para o controlo manual.
Estes automóveis usados nos testes têm um sensor no tejadilho, capaz de captar imagens em todas as direcções e construir um mapa tridimensional da área, que inclui a posição de outros carros. À frente e atrás há sensores de proximidade (como os que alguns carros têm para ajudar a estacionar). No interior, está um sistema de GPS, que inclui os limites de velocidade de cada estrada e toda a informação geográfica que a empresa recolhe para serviços como o Street View. Há ainda uma câmara, perto do espelho retrovisor, que detecta semáforos e elementos em movimento, como bicicletas e peões.
Este tipo de tecnologia também tem estado a ser desenvolvido por fabricantes automóveis e em ambiente académico, mas está ainda a vários anos de chegar ao mercado. Mesmo os investigadores mais optimistas acham que serão necessários, pelo menos, mais oito anos de trabalho.