Dois anos de prisão para homem que vandalizou quadro de Rothko
Juiz considerou que Vladimir Umanets entrou na Tate Modern com o intuito de deixar a sua marca.
No tribunal, numa sessão que aconteceu esta quinta-feira, o juiz Roger Chapple considerou que Vladimir Umanets, polaco a residir em Inglaterra, sabia bem o que estava a fazer, tendo ido à Tate já com o intuito de deixar a sua assinatura. “As acções do dia 7 de Outubro foram planeadas e intencionais”, disse Chapple, citado pela BBC, acrescentando que é “completamente inaceitável” promover o yellowism através da destruição de uma obra de arte.
Em sua defesa, Vladimir Umanets falou do seu acto como um acto artístico, comparando-se a Marcel Duchamp, que, em 1917, chocou os meios artísticos ao assinar um urinol e apresentá-lo como uma obra de arte. “A arte permite-nos pegar em alguma coisa que alguém tenha feito e colocar nela uma nova mensagem”, justificou-se Umanets.
O juiz não só condenou o acto como lembrou ainda que o incidente obrigou a Tate a rever as suas medidas de segurança, o que custou dinheiro não só à instituição britânica como aos contribuintes. “E o efeito dessa revisão é distanciar os públicos das obras que eles vêm apreciar”, acrescentou Roger Chapple.
Recentemente, a Tate fez saber que os estragos à pintura de Rothko, avaliada em cinco milhões de libras (cerca de 6,1 milhões de euros), são mais graves do que inicialmente pareciam e por isso o restauro total da obra poderá levar até 20 meses.
Black on Maroon, originalmente pensado por Rothko para um restaurante em Nova Iorque, foi uma oferta do artista à Tate em 1969.