Quebra de 10% no mercado do leite artificial para bebés
Nos primeiros meses do ano, o mercado de fórmulas de leite para crianças sofreu uma redução que pode estar ligada à crise.
Segundo dados da empresa Nielsen de análise de mercado a que a Lusa teve acesso, de Janeiro a Outubro de 2012, o mercado de fórmulas de leite para lactentes teve uma redução de 10,7% em relação ao período homólogo do ano anterior.
Em relação a todo o mercado dos leites artificiais para bebés e crianças até aos três anos, a quebra verificada nos primeiros 10 meses deste ano é de 6,6%.
Num comentário a estes dados, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, considerou que “há uma forte probabilidade de esta redução estar ligada” às dificuldades financeiras das famílias ou à quebra da natalidade.
“Somos levados a pensar que poderá dever-se à crise, até porque vários estudos demonstram que o factor económico é um dos mais determinantes na compra e escolha dos alimentos”, afirmou.
Na semana passada, responsáveis dos serviços sociais da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, revelaram que há mães sem dinheiro para comprar leite em pó que estão a alimentar bebés de poucos meses com leite de vaca ou juntando mais água às fórmulas artificiais.
“Se a redução do mercado do leite artificial se dever à falta de dinheiro das famílias, a situação é muito preocupante”, declarou a bastonária dos Nutricionistas, lembrando os prejuízos para a saúde dos bebés de poucos meses que decorrem do consumo de leite de vaca.
Alexandra Bento recorda ainda que, em períodos de crise, há muitas situações de risco que podem ocorrer e que os serviços de saúde ligados à pediatria devem estar alerta.
Fátima Xarepe, assistente social da Maternidade Alfredo da Costa, disse que todos os dias são recebidos pedidos de ajuda de mães que solicitam leite em pó, vitaminas ou vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação.