Usa o apelido SpY, é natural de Madrid e dedica-se à observação e adaptação dos cenários por onde passa. As modificações que faz, com fins artísticos e, por vezes, satíricos, vão da mutação de "skate parks" em campos de futebol, passando por carros ao contrário e câmaras de vigilância de tijolos. Tudo parece fora do lugar, ou ao contrário, ou, simplesmente, ironicamente alterado, para que a câmara deste "espião" possa trazer-nos uma nova imagem do mundo. À (odiada) pergunta quanto à obra favorita, SpY dá uma resposta concreta: o carro da polícia nova-iorquina cercado por fita amarela a dizer "Caution". "Foi um dos trabalhos que mais me custou decidir fazer. A execução era muito simples, mas demasiado arriscada." Teve "muita sorte". "Acho que o carro estava avariado — depois de passar vários dias por ali sem prestar-lhe muita atenção dei-me conta que estava parado há vários dias." Na última vez que passou por ele, decidiu fazê-lo, num "flash". Pegou na fita amarela — que, aliás, tinha comprado para outros fins — e num minuto tinha cercado o carro. Voltou, depois, como sempre, para tirar a habitual fotografia. "Agora que penso nisso não o voltaria a fazer", confessa. Portugal, quem sabe, pode estar nos planos. "Sempre que visito encontro encanto em cada esquina. Gosto particularmente dos eléctricos que sobem aos bairros altos de Lisboa." Lê a entrevista.