Argo

É oficial: Ben Affleck é cineasta mais interessante e mais inteligente do que a sua imagem como actor dá a entender, e Argo, que navega nas mesmas águas influenciadas pelo cinema liberal americano dos anos 1970 que George Clooney (aliás co-produtor) gosta de explorar, é obra estimável e sólida. A história “contado ninguém acredita” de uma operação verídica da CIA para extrair do Irão pessoal diplomático que escapou à ocupação da embaixada em 1979 disfarçado de equipa de cinema canadiana manobra com destreza entre o filme de espionagem, o heist movie, o thriller político e a sátira. O que falta, então? Apenas a convicção para levar o seu programa a bom curso sem ceder à necessidade de “hollywoodizar” ainda mais aquilo que já de si era suficientemente hollywoodiano, sublinhada num final tão desnecessariamente empolado que minimiza seriamente o que ficou para trás. Ainda assim, é um filme simpático com uma abertura excelente e nervosa e alguns bons momentos, maioritariamente a cargo da dupla Alan Arkin/John Goodman.

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