Justiça francesa desiste de acusar Strauss-Kahn de violação no caso de proxenetismo

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O escândalo pôs fim às aspirações de Strauss-Khan de se candidatar nas presidenciais francesas Ed Jones/AFP

Frédéric Fèvre procurador de Lille (Norte de França), não deu seguimento à investigação por violação que visava Strauss-Kahn que dizia respeito a uma festa num hotel em Washington, em Dezembro de 2010, onde o antigo director do FMI terá participado em festas com prostitutas. No entanto, irá prosseguir a investigação por envolvimento numa rede de proxenetismo, a que a justiça francesa chama o processo Carlton.

A procuradoria de Lille tinha ordenado à polícia que investigasse o caso e agora adiantou em comunicado que a mulher envolvida, uma alegada prostituta belga identificada por Marie-Anne S., não apresentou acusação durante o interrogatório efectuado no final de 2011. “Escreveu que houve consentimento e que não apresentaria acusação”, adiantou o comunicado citado pela AFP. Segundo o Le Monde, considerou que o que aconteceu na festa no hotel foi “um jogo sexual”.

Este testemunho levou a procuradoria de Lille a decidir não avançar com o processo. Um dos advogados de Strauss-Kahn, Henri Leclerc, disse à AFP que estava convencido que o processo “seria inevitavelmente encerrado, mais cedo ou mais tarde”.

O antigo director do FMI disse estar inocente mas é ainda alvo de graves acusações no âmbito deste processo.

A 28 de Novembro o Tribunal de Douai, no Norte de França, deverá pronunciar-se sobre a acusação relativa a “proxenetismo agravado”, depois de a defesa de Strauss-Kahn ter pedido a anulação desta investigação.

O antigo director do FMI, de 63 anos, tem alegado que não sabia que as mulheres presentes nas festas em que participou, nomeadamente em Paris e em Washington, eram prostitutas pagas por empresários do Norte de França. “Não há sombra de infracção relacionada com proxenetismo. No final esta acusação irá cair, ainda que tenha permitido alimentar escândalos”, adiantou Leclerc à AFP.

Strauss-Khan tem-se visto envolvido numa série de escândalos sexuais após ter sido detido em Nova Iorque em Maio de 2011, numa altura em que era apontado como um provável candidato à presidência pelo Partido Socialista francês, quando uma empregada do hotel onde estava hospedado, Nafissatou Diallo, o acusou de agressões sexuais.

A procuradoria de Nova Iorque acabou por rejeitar estas acusações depois de ter sido posta em causa a credibilidade de Diallo, mas esta ainda a tem a correr um processo civil contra o ex-director do Fundo Monetário Internacional.

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