Talkfest’13: era bom que trocássemos algumas ideias sobre festivais

O fórum, organizado por “três festivaleiros assumidos”, quer discutir o presente e o futuro dos festivais de música em Portugal. A edição de 2013 já está a ser preparada

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Paulo Pimenta

Por que razão há cada vez mais pessoas nos festivais? O que está a ser bem feito? O que falta inovar? Foi para responder a estas questões que nasceu o Talkfest, fórum organizado por “três festivaleiros assumidos” com a intenção de discutir o presente e o futuro dos festivais de música em Portugal.

Depois do sucesso da primeira edição (ainda em 2012), já está a ser organizado o Talkfest’13, que terá lugar nos dias 6, 7 e 8 de Março de 2013 e promete elevar a fasquia. O Talkfest nasceu da vontade em agregar todos os agentes ligados a esta indústria em crescimento num mesmo espaço, para discutir o presente e o futuro dos festivais de música em Portugal, explica um dos organizadores, Ricardo Bramão.

Na edição de 2012, foram 35 os oradores presentes, em debates moderados por jornalistas, com o auditório do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, como casa. O Talkfest’12 cumpriu o objectivo de juntar “promotores, marcas, artistas, autarcas, 'managers', 'roadies' e todos os que de alguma forma estão envolvidos nesta área”.

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Apesar de ainda se encontrar numa fase embrionária, a edição de 2013 apresenta uma programação mais diversificada. Além das conferências, estão agendados concertos para a Aula Magna (para já, está confirmada as actuação de Capitão Fausto) e a ser convidados vários “key speakers” internacionais, ligados a festivais europeus de sucesso e representativos de “um elevado poder de decisão”.

Uma indústria que tem espaço para crescer

“Se no ano passado tivemos 'showcases' de bandas, uma zona 'lounge' e uma exposição histórica de bilhetes de festivais, este ano as surpresas serão outras e maiores”, garante Ricardo Bramão.

Mas, afinal, qual foi o diagnóstico feito, em Maio deste ano, aos festivais de música portugueses? “Aquilo que se projectou em Maio foi o que aconteceu em 2012”, diz Ricardo Bramão, reconhecendo que foi um ano atípico. “Muitos festivais, os urbanos ou mainstream, com dificuldades em crescer, salvo os que tiveram grande promoção no estrangeiro. E festivais para nichos de público, como o Entremuralhas [festival gótico], cheios e a registar recordes de afluência”.

É impossível fugir à questão: com esta conjuntura recessiva que abrange toda a sociedade, há espaço para os festivais crescerem? Para Ricardo Bramão, a resposta é sim, “desde que exista uma boa comunicação e algo diferenciador em termos de cartaz ou experiências “. Na opinião da equipa organizadora, os festivais “deverão passar por uma nova aculturação, em virtude de existir muita oferta e de esta nem sempre representar qualidade, quando temos um público também cada vez mais exigente”.

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