Quando saiu, como sempre, o iPhone 4S gerou controvérsia. Alguns diziam que era o melhor smartphone até então, outros diziam que estavam perante uma versão pouco evoluída daquilo que a Apple nos poderia ter oferecido. Para estes, na verdade não estávamos perante um novo iPhone.

A listagem das desilusões foi escrita a tempo. Nada disto conta para a Apple e à falta de melhor assunto para se discutir, especulou-se sobre o significado do S no novo iPhone. Significaria Steve? Speed? Special? Rapidamente passou a ser uma questão “interessante” e Tim Cook veio explicar (talvez tardiamente para alguns adeptos da marca) que o “S” significava Siri.

A assistente pessoal foi a bandeira do iPhone 4S e a prometida comunicação homem/máquina parecia interessante nos anúncios publicitários. Mais percebeu-se que a Siri não era tão interessante quanto isso. A “compreensão” da assistente por vezes não era a melhor, tinha limitações fora dos EUA e estava restringida a 4 línguas.

Foi na limitação linguística que muitos trabalharam. Pedro Franceschi, com 15 anos, demorou 3 dias a apresentar-nos a Siri em português. Este jovem fez em pouco tempo aquilo que a Apple ainda não fez (e já lá vai um ano).

O esforço tecnológico serve, em última instância, para melhorar as condições dos utilizadores. A Apple (e quase todas as marcas) está disposta a fazer esse esforço, mas só se significar lucros significativos.

Haverá alguma actualização gratuita para os compradores do 4S? Veremos. Isso implicaria quebra na venda dos novos hardwares e isso é um problema porque a Apple conta vender 250 milhões de smartphones. Como estamos, já não interessa tanto saber se a Apple chegará ao record de vendas. Importa antes saber se cumprirão as expectativas dos mais exigentes.

Para começar, quando anunciarem que o iPhone 5 traz “a Siri finalmente em português”, poderemos ignorar… graças a um miúdo de 15 anos.