Este anúncio, apesar de surpreendente, não chocou os investidores da Microsoft, que tinham já esquecido a compra da aQuantive, que inicialmente se esperava que viesse a impulsionar a publicidade online e até talvez a rivalizar com o Google, que comprou a empresa DoubleClick para o mesmo efeito.

A Microsoft disse em comunicado que esta aquisição da aQuantive - pela qual pagou 6300 milhões de dólares (4900 milhões de euros) - “não acelerou o crescimento [da publicidade online] ao ritmo esperado, contribuindo agora para a depreciação” empresarial.

A compra da aQuantive pela Microsoft foi a maior aquisição alguma vez feita pela empresa, apenas ultrapassada pela compra do Skype, por 8500 milhões de dólares (6700 milhões de euros), em 2011.

Acontece, porém, que esta compra nunca provou ser um sucesso e os executivos de topo da aQuantive depressa saíram da Microsoft.

A Microsoft anunciou por isso, esta segunda-feira, que irá proceder a uma depreciação no valor de 6200 milhões de dólares (4200 milhões de euros), indiciando que a aquisição da aQuantive foi inútil.

Esta acção irá muito provavelmente erodir qualquer lucro da empresa no quarto trimestre deste ano. Wall Street estava a contar que a Microsoft anunciasse em breve um lucro de 5250 milhões de dólares (4160 milhões de euros) previsto para o quarto trimestre do ano.

Para além desta depreciação, a Microsoft afirmou que as expectativas para o futuro crescimento e lucro da sua unidade de serviços online - que inclui o motor de busca Bing e o portal MSN - são “mais baixas que o anteriormente estimado”.

A divisão de serviços online da Microsoft é o maior buraco financeiro da empresa, actualmente perdendo cerca de 500 milhões de dólares (396 milhões de euros) por trimestre, à medida que a empresa tenta apanhar a liderança do Google neste sector. Esta unidade já perdeu mais de 5000 milhões de dólares só nos últimos três anos.

Apesar de a fatia de mercado ter crescido, o Bing ainda não conseguiu atingir a massa crítica suficiente para que o produto se torne rentável.

Antes de apresentar o Bing, em Junho de 2009, o motor de busca Microsoft Windows contava com uma fatia de mercado de 8%, ao passo que o Yahoo contava com 20% e o Google 65%.

Nos últimos três anos, o Bing quase duplicou a sua fatia de mercado para os 15%, mas isso aconteceu sobretudo às custas do Yahoo e não do Google, que se mantém nos 67%, de acordo com números da Comscore.