Taxistas vão protestar em Lisboa contra "liberalização do sector"
O descontentamento dos taxistas deve-se a questões como a “ilegalidade dos táxis para transporte de deficientes ou o aumento de tarifas”, disse o presidente da ANTRAL, Florêncio Almeida, numa conferência de imprensa na capital.
“Nos últimos dois anos, a tarifa dos transportes públicos aumentou pelo menos quatro vezes, mas isso não se verificou nos táxis e os custos têm aumentado”, argumentou o responsável.
Relativamente ao transporte de doentes não urgentes, o presidente da ANTRAL criticou a portaria do Ministério de Saúde publicada em Maio, que retira a exclusividade deste serviço às ambulâncias e aos táxis.
Este serviço passou a ser permitido a veículos até nove lugares, bastando para isso ter duas placas identificadoras e o seu motorista possuir um curso de suporte básico de vida.
“Tratou-se de uma liberalização do sector que foi feita de forma encapotada. Não se pode tolerar que venham viaturas fazer este serviço com identificações amovíveis e não fixas. Não vamos aceitar isto de ânimo leve”, sublinhou.
A formação dos taxistas e o transporte de crianças são outras questões que a ANTRAL quer ver “resolvidas com urgência”.
“Demos um prazo ao Governo até dia 25 [ontem]. Como não obtivemos resposta, decidimos convocar uma concentração de táxis, vindos de todo o país, para a próxima segunda-feira”, justificou Florêncio de Almeida.
A concentração dos taxistas está marcada para as 10h, junto ao parque norte do Parque das Nações, partindo daí em marcha lenta até à residência oficial do primeiro-ministro, fazendo uma paragem em frente ao Ministério da Saúde.
A ANTRAL referiu ainda que são esperados cerca de 2000 táxis e que durante o protesto poderão existir condicionamentos no trânsito.