Somos nós quem conta a história agora

Porque agora é a nossa vez de contarmos a história e o princípio pode já não ser no início

Foto
DR

Hoje, o ciberespaço é o lugar de excelência para desconstruir conceitos e criar novas narrativas. Quanto ao criador em causa, desta vez, podemos ser todos nós.

A criação de conteúdos nunca esteve tão intimamente ligada com a visibilidade mediática como está agora. Através de plataformas abertas ao nível de conteúdos, e de um vício incessante em partilhar, podemos dar a conhecer as nossas capacidades como produtores, seja de vídeos, músicas ou de textos, tudo isto com algo precioso a nosso favor. Somos nós quem conta a história agora.

Veja-se, como exemplo, Robert Grigsby Wilson, que criou um vídeo em que dissecou por completo o primeiro filme "Matrix", comparando partes dele com cenas de 24 outros filmes. Ou, então, o trabalho exaustivo de Matthijs Vlot que construiu um diálogo, uma verdadeira história, com pedaços de falas de personagens de vários filmes criando algo verdadeiramente inovador que é, nada mais, nada menos, do que a atitude de criação a partir de algo previamente criado mas desconstruído em prol da nossa imaginação e do controlo que temos dela.

Não é por acaso que Jordan Alperin criou um projecto em que podemos viajar através de uma história de hipertexto e chamou ao projecto Mind Control.

Ignoram-se as velhas narrativas lineares que seguiam um curso horizontal e cai-se na tentação de misturar conceitos, arruinando o que existe só para posteriormente criarmos novas ligações que expandem a mente humana, habituando-a a uma nova forma de fazer e contar histórias.

As narrativas constroem-se assim como se estivessem repletas de "links" através dos quais vamos vagueando. Hábitos estes alimentados pelo ciberespaço e em expansão para o mundo real. Porque agora, caros leitores, é a nossa vez de contarmos a história e o princípio pode já não ser no início.

Sugerir correcção
Comentar