Estranha mistura a deste "Monte dos Vendavais", entre “realismo britânico” (pontualmente histérico, ou não seria “britânico”), aridez new age, sonambulismo de teledisco de música ambiental muito chill out, uma câmara que frequentemente parece contaminada pelo vírus Dardenne, mas sem a precisão ou pertinência da dos irmãos belgas. Podia dar-se o caso de ser uma mistura boa ao paladar, mas não é, é sensaborona e soporífera: Arnold quer fazer as coisas com “estilo”, mas nela o estilo, em vez de ser intrínseco, é só uma maneira de impressionar. Ou um sinal de que foi impressionada: aqueles planos com animais e vegetais vêm direitinhos da Lady Chatterley de Pascale Ferran, a que este Monte dos Vendavais parece uma resposta inglesa. Tudo somado, há mais Arnold do que Brontë, o que estaria muito bem - no sentido em que em Hurlevent há mais Rivette do que Brontë, no “Wuthering Heights” de Wyler há mais Hollywood do que Brontë, e no melhor, mais louco e mexicano de todos, Abismos de Pasión, há mais Buñuel do que Brontë - se este não fosse o pior Monte dos Vendavais que conhecemos.
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