Uma colecção de vinhetas onde os diálogos (entre amigos, namorados, amantes desavindos, mães e filhos) são tudo. Um “tudo” que é bastante pobre, o imaginário de "Assim Assim" não parece ir além do mais banal (e mais falso) “realismo televisivo”, até na espécie de zapping narrativo que propõe. Informe (grandes planos, campos/contracampos, mais grandes planos e campos/contracampos) e desprovido de qualquer ironia (tudo é grave e pesado), "Assim Assim" compraz-se num exercício de sociologia de pacotilha, observando uma galeria de “tipos” e dilemas que se supõem originados pelo zeitgeist urbano (lisboeta), mas sem qualquer ferocidade, como se estivesse sempre prostrado perante as suas personagens (mesmo as mais idiotas, que são bastantes). Pensar, por exemplo, na verrina com que a “comédia italiana”, e exactamente assim, em sketches, observou os seus contemporâneos. Assim Assim é o contrário disso. E fecha o círculo do “cinema em que as pessoas se reconheçam”: deita-se fora o cinema e fica só o “reconhecimento”. Mais rápido e porventura mais eficiente desta maneira, mas também profundamente maçador.
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