Adaptando um conto do escritor francês Barbey d''Aurevilly (que já inspirou, por exemplo, Catherine Breillat), A Vingança de uma Mulher é um objecto literalmente fora do seu tempo: um filme-esteta palavroso e teatral que remete para a abordagem Oliveiriana do cinema, mas também para o artifício do (infinitamente superior) Silvestre de João César Monteiro ou para o estetismo sumptuoso dos primeiros João Botelho. É, pois, um filme de um certo cinema português que já não é de hoje e pouco nos diz, uma espécie de “regresso ao passado” que uns verão como anacronismo, uns como coerência e outros como teimosia. Mas, enquanto Rita Azevedo Gomes o fizer com esta determinação, com a fotografia luxuriante de Acácio de Almeida, os décors barrocos de Pedro Sá e a interpretação transcendente de Rita Durão a compensar a sua claustrofobia opressiva e estéril, merece todo o nosso respeito.
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