A 21 de Setembro de 2010, o jornalista e activista Dan Savage e o seu marido, Terry Miller, publicaram no YouTube um vídeo (em cima) dirigido a todos jovens homossexuais, bissexuais ou transgéneros que pensam em cometer suicídio. A mensagem era clara: "It gets better." "Calma, as coisas melhoram. É uma questão de tempo", traduz Diogo Costa Amarante, que realizou "Down Here" inspirado por este projecto.
No vídeo, Dan e Terry recordam os tempos do liceu e contam que também eles foram perseguidos por serem homossexuais, que também eles não encontraram ajuda ("If you look that way, talk thay way, walk that way, then there's nothing we can do to help your son", chegaram a dizer os directores da escola aos pais de Terry), mas que tudo melhorou. Falam do "coming out" à família, do momento em que se conheceram, do filho.
É uma mensagem de esperança contra a taxa de suicídios LGBT nos EUA. Segundo dados do projecto, nove em cada dez adolescentes homossexuais são vítimas de "bullying" e perseguição na escola e têm uma tendência quatro vezes mais elevada para o suicídio do que os heterossexuais.
Partilhando a mensagem com o The Trevor Project, organização criada em 1998 com a mesma premissa, o movimento depressa alcançou uma dimensão internacional. Os números e os nomes provam-no: mais de 30 mil utilizadores criaram os seus próprios vídeos que foram vistos mais de 40 milhões de vezes. Ellen DeGeneres, Adam Lambert, Stephen Colbert, Neil Patrick Harris, actores do "Glee", "House" ou "Modern Family", as equipas do Facebook, da Google, da Apple e da Pixar (à esquerda), homossexuais e heterossexuais, e até Barack Obama prometeram-no: "It gets better."
O ano passado, as mensagens virtuais foram compiladas num livro. Em Fevereiro, chegou à MTV. A campanha inspirou movimentos em todo o mundo, nomeadamente na Austrália, Canadá, Finlândia, Reino Unido e Malásia. A mensagem é para continuar.