Acordo com Portugal sobre vistos está a funcionar, diz MNE angolano
“O memorando está a funcionar. O que se ouve são algumas excepções. Tem que haver sempre algum problema por causa do volume de pessoas que circulam entre Lisboa e Luanda”, disse Georges Chicoti, adiantando que irá realizar-se uma reunião local em Luanda para “ver onde existem os maiores estrangulamentos”.
“Portugal irá fazer o mesmo e ainda este mês as duas equipas vão reunir-se e tentar resolver onde há dificuldades. Não é um problema fácil porque se está a aplicar um programa que tecnicamente é novo e (os serviços) têm que poder controlar toda essa imigração, que é muita. Às vezes há erros, mas no essencial o acordo está a funcionar”, disse.
Georges Chicoti, que falava à margem de um colóquio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, disse já ter conversado sobre esta matéria com o homólogo português, Paulo Portas, e adiantou que os técnicos angolanos estão conscientes de que há algumas insuficiências e mostrou-se disposto a corrigi-las.
“Queremos que entre Angola e Portugal as coisas possam fluir da melhor maneira possível”, disse.
Portugal e Angola assinaram um acordo para a facilitação de vistos entre os dois países, mas só na última semana de Janeiro as autoridades angolanas impediram a entrada no país de duas dezenas de portugueses.
O impedimento da entrada de portugueses em Angola foi justificado pelos angolanos com a aplicação “rigorosa das boas práticas internacionais quanto ao controlo migratório”, segundo o porta-voz do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME).
Os cidadãos portugueses foram impedidos de entrar em Angola porque eram portadores de vistos ordinários, e comunicaram à entrada que iam trabalhar para Angola, acrescentou o porta-voz do SME, acrescentando que no mesmo período Portugal vedou a entrada de 21 cidadãos angolanos, a quem reteve o passaporte.
Entretanto, o sindicato que representa os inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) repudiou as declarações do porta-voz do serviço homólogo angolano, que acusou as autoridades portuguesas de apreenderem ilegalmente passaportes dos angolanos impedidos de entrar em Portugal.
A nível diplomático, os incidentes levaram o Ministério dos Negócios Estrangeiros português a pedir explicações a Angola sobre as recusas de entrada.