ZAC é eléctrica, portuguesa, citadina, e faz frente ao carro

Não polui, é quase 100% portuguesa, tem uma autonomia de
10 quilómetros e, com uma utilização intensiva, fica paga num ano

Dobra-se em cinco segundos e arruma-se em qualquer sítio Pedro Castanheira
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Dobra-se em cinco segundos e arruma-se em qualquer sítio Pedro Castanheira
A ZAC mp1 foi finalizada em 2010, mas só a partir do verão de 2011 ficou disponível para o público Pedro Castanheira
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A ZAC mp1 foi finalizada em 2010, mas só a partir do verão de 2011 ficou disponível para o público Pedro Castanheira

Por estes dias, se houver forma de fugir ao preço dos combustíveis, “count me in”, dirá qualquer pessoa. Mas, e se a forma de fugir for em cima de uma trotineta eléctrica? Mais especificamente, em cima da ZAC mp1, um veículo amigo do ambiente fabricado pela ZACeléctrica, empresa de Setúbal focada no desenvolvimento de novas formas de mobilidade urbana.

Importa referir que a mp1 até nem é o primeiro meio de transporte criado pela empresa setubalense. Com o nascimento da ZACeléctrica em 2005, pela mão de Pedro Viegas, surgiu também a ZAC 01, uma primeira versão da trotineta, pensada para “permitir que as pessoas se deslocassem à padaria ou à papelaria sem ter de levar o carro”, diz Viegas.

Mas como o objectivo era evoluir, eis que passados cinco anos nasceu a ZAC mp1, uma trotineta concebida para uma autonomia de dez quilómetros e para as viagens citadinas de casa-trabalho/trabalho-casa.

“A trotineta era vista como um produto de lazer. Aqui, a questão fundamental foi dotá-la de um motor que tivesse a capacidade de fazer com que um adulto superasse os declives das cidades”, explica Pedro Viegas ao P3. Assim, a ZAC mp1 foi desenhada para superar inclinações de 10%.

Até Emerson Fittipaldi deu os parabéns

“Estacionar” em 5 segundos

Pedro Viegas conta como é que algumas pessoas já utilizam a trotineta

Mas não só: se a Z01 era para andar de pé, a mp1 vem com um acento, para que a pessoa não se sinta desajustada, mas sim, “confortável no meio dos carros”. E por falar em carros, aquilo que costuma ser um pesadelo para quem anda neles – o estacionamento – não o é com a trotineta. Dobra-se em cinco segundos e “arruma-se em qualquer sítio: dentro de casa, numa garagem ou atrás da porta do escritório”.

A cereja no topo do bolo é de que se trata de um veículo quase 100% português. “O pensar do veículo, a selecção dos componentes, a engenharia e a fabricação do chassis é nacional. Depois os pequenos componentes como um punho, ou uma manete de travão, vamos buscar ao mercado a preços adequados”.

Misturar tudo isto resultou numa trotineta com uma bateria que, quando esgotada, demora 6 horas a recarregar (pode ser feito no trabalho, enquanto não se pica o ponto). Sendo trotineta eléctrica, é equiparada a velocípede e, por isso, não precisa de matrícula, licença ou seguro, e, o seu condutor, apenas tem de circular com o documento de identificação pessoal. E com capacete, é claro.

ZAC vs carro

O preço? 590 euros. Compensa? “Depende do uso. Se for ao limite, ao fim de um ano de utilização intensiva, o veículo fica pago”, afirma Pedro Viegas.

Quando comparado com um carro, então a coisa pende mesmo para o lado da trotineta. “Sem falar em combustível, há coisas que não costumamos contabilizar, como a manutenção do carro, o estacionamento, as gorjetas, o stress”. Mas para quem ainda quiser comparar a poupança em combustível (e poluição), pode fazê-lo aqui.

A verdade é que já muitos optaram por este estilo de vida. E não só em Portugal. Do Dubai, República Checa, Alemanha e por aí fora, houve quem comprasse a ZAC. Até Emerson Fittipaldi e Richard Branson esboçaram um sorriso quando deram uma volta nela.

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