João Almeida é o mais jovem dirigente da CGTP

Tem 25 anos e trabalha como pescador em Aveiro. Acredita que os jovens têm "nas mãos as armas para impedir o retrocesso social" em termos de precariedade e desemprego

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Rui Gaudêncio

João Almeida, 25 anos, é o mais jovem membro do conselho nacional da CGTP. Entre as 53 novas caras que desde o passado fim-de-semana fazem parte daquele organismo, calhou a este pescador de Aveiro ser um dos rostos da renovação da central sindical. Entre os seis jovens com menos de 30 anos que agora fazem parte do conselho nacional, João é o mais novo.

Empenhado em fazer a diferença, deixa um apelo aos jovens precários ou no desemprego para que se envolvam: “Temos nas mãos as armas para impedir o retrocesso social”.

A entrada no mundo do sindicalismo faz-se cedo, quando aos 18 anos começou a trabalhar. Membro do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Norte, foi nos últimos três anos que passou a participar mais activamente na estrutura, mas desde a adolescência que se envolve na defesa das questões sociais.

Atrair mais jovens para o sindicalismo

O discurso de João está alinhado com o de outros dirigentes mais antigos. Quando questionado sobre os esforços que a central tem de fazer para convencer os mais jovens a sindicalizar-se é pronto na resposta:

“Não é o movimento sindical que tem de mudar, os trabalhadores é que têm que ter consciência dos ataques aos seus direitos básicos e consciencializar-se de que podem lutar”.

Oriundo de uma profissão fortemente marcada pela dureza das condições de trabalho e pela instabilidade laboral, o jovem sindicalista não tem dúvidas em relação à capacidade da central sindical falar para outros públicos. “A CGTP sempre se soube adaptar e não vai ter dificuldades em chegar a todos”, garante.

João Almeida considera que as redes sociais e os blogues são uma plataforma importante de discussão dos problemas dos mais jovens, mas a participação “não pode ficar apenas por aí”. Usando uma expressão muito proclamada no fim-de-semana passado, durante o congresso da CGTP, o jovem sindicalista não tem dúvidas: “É na rua que se consegue fazer a diferença”.

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