Espanha lança base de dados inédita sobre arte românica

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A Sé de Braga é um dos monumentos românicos portugueses Paulo Ricca

Os monumentos românicos da Península Ibérica, a sua história e os detalhes, a localização e os mapas, estão agora catalogados e disponíveis no site Románico Digital, que conta neste momento com 60 mil fotografias e informações de 4000 monumentos, dos quais 380 estão em Portugal. No prazo máximo de três anos, o objectivo é alcançar os 9000 monumentos e disponibilizar mais de 330 mil imagens de alta resolução.

Uma iniciativa da Fundação Santa María la Real, instituição de referência no âmbito da restauração da arte românica, o projecto foi apresentado na terça-feira pelo presidente da Fundação, José María Pérez González, que ambiciona alcançar o título do maior portal do mundo dedicado à arte românica.

Depois de completa a base de dados ibérica, a ideia é que o projecto se alargue a Itália e França, dois países europeus que têm inúmeros exemplares de arte românica e que carecem também de catalogação. “Na Internet está tudo: o bom e o mau. Há muita informação mas é preciso questionarmo-nos se há muito conhecimento”, disseJaime Nuño, director do Centro de Estudos do Românico, citado pelo El País, na apresentação .

O site oferece diferentes tipos de pesquisa (nome, localidade, país, etc), permitindo que o utilizador acesso a dados sobre a história e as características arquitectónicas dos vários tipos de monumentos e vestígios, assim como a mapas com as coordenadas exactas, bem como várias imagens. Há ainda a possibilidade de aceder a textos de historiadores, especialistas e investigadores da arte românica.

Románico Digital é o resultado de um trabalho feito, maioritariamente por licenciados na área, ao longo dos últimos 15 anos. Como explicou José María Pérez González, tudo começou com o desejo de criar uma Enciclopédia do Românico, “uma verdadeira bíblia”. O trabalhou possibilitou ainda a publicação em papel destes resultados, divididos em 38 volumes.

Com o site agora aberto ao público, de registo gratuito, a Fundação Santa María la Real pretende ainda alertar para o perigo de degradação destes monumentos, apelando a um maior cuidado e atenção de todos e permitindo consequentemente um estudo maior deste estilo arquitectónico.

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