China Three Gorges ganha privatização da EDP
Na corrida estava também a alemã E.On, dada como outro dos favoritos, e os brasileiros da Eletrobras e da Cemig.
A proposta chinesa é a mais elevada em termos financeiros. A Three Gorges oferecia 2,69 mil milhões de euros pelas acções do Estado, além de 4000 milhões de euros de financiamento à actividade da EDP. O preço de 2,69 mil milhões de euros pago pela empresa chinesa incorpora "um prémio de 53,6% em relação ao preço de mercado no dia 21 de Dezembro".
As acções da eléctrica liderada por António Mexia, que chegaram a estar suspensas, juntamente com os títulos da EDP Renováveis e com as obrigações da Parpública (que vendeu os 21,35% detidos pelo Estado), voltaram entretanto a serem negociadas no mercado de capitais.
A estratégia da Three Gorges será utilizar a eléctrica portuguesa para aceder aos mercados europeu e norte-americano, indicou recentemente um alto quadro da empresa, num encontro com jornalistas em Lisboa.
Em contrapartida, o grupo chinês, detido a 100% pelo Estado, ajudará a EDP a implantar-se na Ásia e financiará as actividades de expansão da empresa. Nesse mesmo encontro, o responsável da Three Gorges referiu também que dois grandes bancos chineses, um dos quais o China Development Bank, que estão abertos a parcerias com outras empresas.
Já o Brasil é um mercado quanto ao qual os chineses não revelaram que estratégia pretendem ter, embora seja um dos grandes activos da eléctrica portuguesa. A empresa detém, entre outros activos, 51% da EDP Brasil.
A Three Gorges é responsável pela barragem das Três Gargantas, uma das maiores do mundo, que está situada no rio Yangtze.