Também ensaísta e historiador de teatro, Luiz Francisco Rebello, que presidiu durante 30 anos à Sociedade Portuguesa de Autores (1973-2003), esteve internado várias vezes desde o início de Setembro e acabou por morrer ao fim da tarde de hoje no Hospital Particular de Lisboa, indicou o amigo.
Nascido a 10 de Setembro de 1924 e viúvo da actriz Mariana Villar, licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa e especializou-se na área dos direitos de autor.
Foi vice-presidente da Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores e em 1992 fundou, juntamente com José Saramago, Urbano Tavares Rodrigues, Manuel da Fonseca e Armindo Magalhães, a Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC).
Estreou-se como dramaturgo em 1947, com Fábula em Um Acto, e escreveu depois as peças O Dia Seguinte (1953), Condenados à Vida (1963) e É Urgente o Amor (1958), entre outras.
Da sua obra ensaística, destacam-se Teatro Moderno. Caminhos e Figuras (1957), Imagens do Teatro Contemporâneo (1961), História do Teatro Português (1968), O Primitivo Teatro Português (1977) e 100 anos de Teatro Português (1984).
Como historiador, publicou, entre outras obras, Teatro Português, do Romantismo aos Nossos Dias (1960), D. João da Câmara e os Caminhos do Teatro Português (1962), História do Teatro Português (1968), O Teatro Simbolista e Modernista (1979), O Teatro Romântico em Portugal (1980), Portugal, Anos Quarenta (1983), Teatro I , Teatro II e Teatro de Intervenção (colectâneas de peças de dramaturgos portugueses).
Em 1946, fundou e dirigiu, com Gino Saviotti, o Teatro-Estúdio do Salitre e, em 1971, foi nomeado director do Teatro São Luiz, cargo de que se demitiu no ano seguinte em desacordo com as ingerências da Comissão de Censura.
Escreveu em diversos jornais e revistas, entre os quais a Colóquio/Letras, da Fundação Gulbenkian, o Jornal de Letras, a Seara Nova e a Vértice, e dirigiu, a partir de 1971, um Dicionário do Teatro Português publicado em fascículos.
Foi distinguido com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique (1985), as insígnias de Cavaleiro da Ordem Nacional do Mérito de França (1991) e a Ordem de Mérito, atribuída em 1995 pelo então Presidente da República, Mário Soares, e recebeu igualmente o Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores (1994).