Estudo diz que complementos vitamínicos são inúteis ou mesmo perigosos
Os complementos de ferro figuram entre os que mais preocupam os investigadores, enquanto os de cálcio parecem estar ligados a uma redução do risco de mortalidade refere o estudo dos Archives of Internal Medicine, uma publicação da Associação Médica Americana.
“Descobrimos que diversos complementos vitaminados ou minerais frequentemente utilizados, como os produtos multivitaminados, as vitaminas B6, ácido fólico, ferro, magnésio, zinco e cobre, estão relacionados com riscos mais elevados de mortalidade”, dizem os autores.
As conclusões foram obtidas por uma investigação realizada no Estado de Iowa, no centro dos Estados Unidos, incluindo questionários preenchidos por 38.772 mulheres com uma idade média de 62 anos. Depois de consumirem complementos vitamínicos em 1986, 1997 e 2004, a taxa de mortalidade passou de 66 por cento em 1986 para 85 por cento em 2004.
De acordo com o estudo, o ferro está “fortemente” ligado ao aumento da mortalidade, em função das doses absorvidas. Os autores notam, no entanto, que não têm condições para determinar se as razões que levaram estas mulheres a absorver ferro podem explicar o aumento da taxa de mortalidade e adiantam que são necessárias mais investigações. O cálcio, em contrapartida, esteve ligado a uma redução da mortalidade.
Estas descobertas “reforçam a [nossa] convicção que certos complementos antioxidantes, como a vitamina E, e vitamina A ou de betacaroteno, podem ser perigosos”, referem os médicos num comentário que acompanha o estudo, adiantando que não recomendam o consumo preventivo de tais complementos, “sobretudo quando se trata de uma população bem alimentada”.
Cerca de metade da população norte-americana toma complementos vitamínicos, que representam um mercado de 20 mil milhões de dólares (14,6 mil milhões de euros).