Depois de tomarem as ruas de Espanha, os “indignados” espanhóis ocuparam Bruxelas. São a linha avançada de um movimento que luta pelos direitos humanos, o emprego e a democracia.
No sábado, 15 de Outubro, “indignados” de toda a Europa desfilarão pelo centro da capital belga.Chegaram no sábado e montaram as suas tendas, no Parque Elisabeth, no centro de Bruxelas.
Depressa começaram os problemas. Recusando-se a abandonar o espaço verde, onde pretendiam acampar e dormir, várias dezenas de “indignados” - que chegaram de Espanha, França e Holanda - foram detidos. De acordo com o “El País”, 48 pessoas foram detidas, 27 das quais de nacionalidade espanhola.
Após 12 horas de detenção, os “indignados” voltaram a juntar-se ao movimento, que entretanto se tinha trasladado para um edifício universitário que está desactivado e que foi oferecido pelas autoridades para albergar os “indignados” durante a sua passagem pela capital belga. Foi no interior deste edifício que dormiram cerca de 100 pessoas - segundo o “El País” - na noite de sábado e onde está montada a sede do movimento Ágora Bruxelas.
Desde o fim-de-semana que têm sido constantes os debates - sobre a crise grega e sobre a repressão policial - e os planos de acção. No sábado, todos os “indignados” que cheguem entretanto à capital belga (e que se espera que cheguem do Reino Unido, da Alemanha e da Holanda, para além dos próprios “indognados” belgas) farão uma mega manifestação pelas ruas do centro da cidade sob a égide do slogan “unidos por uma mudança global”.
Entre os “indignados” não se contam apenas desempregados, explicou ao “El País” um físico espanhol, com formação e experiência laboral na Alemanha e que agora está no desemprego. “Entre nós há gente que trabalha na Comissão Europeia, no Conselho, no Parlamento Europeu, nos bancos... e esses são os mais activos nos debates porque nos explicam como funcionam as instituições europeias, o seu défice democrático e como são tomadas as decisões”.
Este mesmo desempregado indicou ao jornal espanhol que o grande objectivo desta semana de reuniões de trabalho em Bruxelas é criar uma rede de informação para globalizar o movimento.