Louçã e Rui Tavares criticam ideia de comissário alemão para pôr bandeiras a meia haste

Foto
Oettinger defendeu que as bandeiras dos "pecadores da dívida deveria ser postas a meia haste" Thierry Roge/Reuters

O líder do Bloco de Esquerda afirmou neste sábado que a sugestão do comissário europeu Gunther Oettinger de colocar a meia haste as bandeiras dos países endividados nos edifícios da União Europeia espelha a “desorientação” alemã face à crise.

“A desorientação da Comissão Europeia e do Governo alemão perante a crise, de que são dos principais causadores, leva a estas atitudes extremamente agressivas contra outros países”, disse à agência Lusa Francisco Louçã.

Em declarações à margem do Fórum Novas Ideias para a Esquerda, que termina neste Domingo em Coimbra, o líder do BE lembrou que um ministro alemão “chegou a comentar que deveriam ser vendidas as ilhas da Grécia”. E agora, continuou, “é esta ideia sobre as bandeiras a meia haste”.

A proposta do comissário para a Energia foi publicada sexta-feira no jornal alemão Bild. Oettinger sugere que “as bandeiras dos pecadores da dívida poderiam ser colocadas a meia haste nos edifícios da União Europeia”. E adiantou: “Seria apenas simbólico, mas teria um alto efeito dissuasor”, defendeu o comissário alemão.

Na sequência destas declarações, o eurodeputado Rui Tavares também criticou a ideia e considerou que o comissário europeu deveria “demitir-se ou retractar-se”, tendo enviado aos seus colegas do Parlamento Europeu uma carta, para que seja assinada e dirigida ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, onde exige a retracção ou a demissão do comissário.

Numa nota enviada à agência Lusa, Tavares sustenta que “qualquer europeísta digno desse nome sente orgulho ao ver todas as bandeiras da União hasteadas lado a lado, iguais em dignidade, unidas na diversidade, nos bons e nos maus momentos”.

Para o eurodeputado do Grupo da Esquerda Unitária para os Verdes, a proposta de Oettinger “é a demonstração de que ele não conseguiu entender o ideal da União, e que não tem condições para ser comissário europeu”.