National Gallery e Louvre acordam empréstimo de quadro de Da Vinci

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A Virgem dos Rochedos

A notícia da permuta é avançada esta quarta-feira pelo jornal britânico The Guardian.

A exposição agendada para Novembro na National Gallery vai reunir o mais vasto número de pinturas da carreira de Leonardo da Vinci realizadas durante a sua estadia em Milão.

São nove obras ao todo, entre as quais “São Jerónimo”, um empréstimo do Vaticano, e “Dama com Arminho”, vinda da cidade polaca de Cracóvia. É no, entanto, a presença em duplicado de “Virgem dos Rochedos” que está a dar que falar nos meios artísticos, por resultar de um protocolo raro entre a National Gallery e o Museu do Louvre.

As duas versões principais do célebre quadro de Da Vinci encontram-se separadas pelo mar – uma está em Paris, outra em Londres –, mas vão ser pela primeira vez “justapostas”, de acordo com as direcções das instituições que esta quarta-feira celebraram um acordo histórico em torno de uma retrospectiva da obra de Leonardo Da Vinci.

O Louvre vai facultar uma versão de “A Virgem dos Rochedos” à National Gallery. Em troca, a galeria britânica vai emprestar o desenho “A Virgem, o Menino, Sant’Ana e São João Baptista” – às vezes conhecido como “cartão da casa de Burlington” – ao museu parisiense, que vai colocar a obra ao lado de uma versão recentemente restaurada e limpa de “A Virgem, o Menino e Santa Ana”, já em exposição no Louvre.

Esta “colaboração extraordinária” tem o objectivo de “iluminar a carreira do pintor Leonardo da Vinci”, afirma Nicholas Penny, director da National Gallery.

Por sua vez, Henri Loyrette, director do Louvre, considera que as “duas justaposições, históricas, há muito desejadas ao longo de várias gerações de historiadores de arte, vão ser uma fonte de admiração considerável também para os visitantes comuns do museu”. Nicholas Penny, destaca a possibilidade de se poderem comparar as obras justapostas, uma “experiência (...) que jamais será repetida”.

A versão do quadro “A Dama do Rochedo” patente na National Gallery é uma pintura de substituição. Durante muito tempo especialistas de arte pensaram que os colaboradores tivessem tido o papel central no acto de pintura, mas recentes investigações provaram que a maior parte do trabalho foi realizada pelo pintor italiano.

Esta notícia é conhecida depois de uma obra do pintor francês Nicholas Poussin ter sido vandalizada com spray vermelho na National Gallery. Um porta-voz da galeria britânica já garantiu que este episódio não terá qualquer influência sobre esta permuta, embora a restrição do número de visitantes na exposição de Da Vinci seja certa, para tornar a experiência o mais proveitosa possível, adiantam os organizadores.

Estará ainda patente na exposição da National Gallery o mais recente quadro cuja autoria foi atribuída a Leonardo da Vinci. O quadro, julgado perdido, foi identificado numa colecção privada norte-americana. A recente descoberta da obra de arte, intitulada “Salvator Mundi”, data de meados de 1500 e representa a figura de Cristo.

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