FMI recomenda a Espanha corte nos custos com despedimentos
Numa nota publicada hoje sobre a conjuntura económica anual espanhola, os peritos do fundo justificam que a recuperação gradual dos últimos meses é fruto das medidas de consolidação orçamental e das reformas do sistema financeiro e no mercado laboral. Mas é essa também a razão para que Madrid aprofunde as reformas, já que a recuperação não está totalmente consolidada, ressalvam os analistas do FMI.
O FMI acredita que Espanha vai conseguir cumprir a meta de seis por cento de défice para este ano, graças às medidas de contenção orçamental adoptadas pelo executivo a partir de meados do ano passado (e que permitiram uma redução do défice de 11,1 por cento, em 2009, para 9,2 por cento, em 2010).
A reforma do mercado laboral “está na direcção certa”, mas há ainda a provar que “os resultados obtidos até agora” são uma garantia de que o mercado laboral é já suficientemente dinâmico.
Os peritos dizem, por exemplo, que as indemnizações laborais, por serem elevadas, são “um impedimento para o recurso a contratos permanentes”.
“O emprego em Espanha precisa de uma melhoria decisiva”, que, a não verificar-se, dizem os peritos, vai afectar os jovens em particular (a taxa de desemprego jovem era, em Abril, a maior da Europa, de 44,4 por cento).
Quanto ao sector bancário, o FMI refere a reforma conduzida pelo Banco de Espanha e pelas Finanças como uma estratégia que “poderá ajudar a aliviar os receios dos mercados”.
O plano prevê uma recapitalização das caixas de aforro regionais, seja através de fundos privados, seja pela injecção de capital do Estado temporariamente. E, também na banca, os testes de resistência europeus conduzidos no quadro do Banco Central Europeu para credibilizar o sector poderão ajudar a acalmar os mercados se, no caso espanhol, for conhecida a metodologia específica que está na base dos testes.