Cerca de 200 jovens reúnem-se numa Assembleia Popular e "aprovam" pernoitar no Rossio
Depois de se terem concentrado junto à Embaixada de Espanha, na Rua do Salitre, cerca de duas centenas de jovens espanhóis e portugueses concentraram-se sexta-feira à noite na Praça D. Pedro IV para dar início a uma Assembleia Popular onde cada um dos manifestantes podia “partilhar as suas ideias”.
Entre as ideias apresentadas estava o fim do capitalismo, da globalização e da pena de morte, mas também o apoio aos manifestantes espanhóis “acampados” na praça da Puerta del Sol, em Madrid, há cinco dias, tal como a necessidade de uma “nova política”.
Depois de apresentadas as primeiras ideias, passou-se às primeiras votações: passar ou não a noite no Rossio.
A proposta de “acampar” no Rossio foi aceite por maioria e os manifestantes vão ficar – sem tendas – em vigília naquela praça até à próxima Assembleia Popular, que se realiza hoje às 22:00, explicaram à agência Lusa vários jovens, de um recente eleito grupo de trabalho para a comunicação social.
Tal como este grupo que falará com os media, na Assembleia Popular foram criados outros cinco grupos de trabalho que terão como missão criar e apresentar propostas nas suas respectivas áreas: manifesto, novas manifestações, agenda cultural, acção directa, direito e logística.
Este último grupo começou a arrecadar os alimentos, bebidas e protecções para o grupo de manifestantes que vão “acampar” no Rossio.
As propostas criadas por estes grupos vão ser apresentadas hoje às 22h00 na Assembleia Popular convocada para o Rossio, disseram à Lusa os jovens.
As manifestações que decorrem há dias em Espanha, organizadas pelo movimento "Democracia Real Já", estão a espalhar-se por toda a Europa e na sexta-feira chegaram a várias cidades europeias, incluindo Lisboa, Coimbra e Porto.
A marcha de protesto, que desembocou no Rossio, começou na sexta-feira por volta das 18:00 nas imediações da embaixada espanhola em Lisboa, que também foi palco de protestos na noite de quinta-feira.
Tanto aqui como em Espanha estes jovens querem “mudar o mundo”, uma “democracia cidadã” e acreditam que o vão conseguir com “a união” para “fazer mudar o sistema”.