Benfica proíbe a entrada de adereços portistas no Estádio da Luz

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Estes são alguns dos adereços que os portistas não vão poder exibir na Luz Paulo Pimenta (arquivo)

“O FC Porto foi hoje informado numa reunião com a Polícia de Segurança Pública que o Benfica pretende impedir a entrada no Estádio da Luz de todos os adereços alusivos ao nosso clube, como sejam bandeiras, estandartes ou faixas no jogo de domingo”, lê-se em comunicado difundido no sítio oficial do clube na Internet, a três dias do ‘clássico’ da 25.ª jornada da Liga de futebol, em que o FC Porto se pode sagrar campeão.

Para os portistas “trata-se de uma decisão ilegal que o FC Porto já denunciou através de uma exposição que enviou ao Ministério da Administração Interna, à Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, ao Conselho de Segurança e Ética no Desporto, à Liga Portuguesa de Futebol Profissional e à Federação Portuguesa de Futebol”.

O clube "azul e branco" entende que “o Benfica pretende, com uma medida sectária e própria das ditaduras mais reaccionárias, impedir o apoio à nossa equipa perante a complacência das autoridades, como se Portugal fosse uma república das bananas”.

“O FC Porto exige o cumprimento da lei e recorda às próprias autoridades que se há alguém que se acha no direito de estar acima da lei é o próprio Benfica”, sublinha o comunicado, que faz alusão ao facto de o clube da Luz continuar “a permitir a entrada no seu estádio de todos os adereços alusivos às claques No Name Boys e Diabos Vermelhos, dois agrupamentos ilegais, porque nunca efectuaram o registo dos seus elementos”.

A esse propósito, a nota portista refere: “A própria Polícia confirmou que os grupos organizados, mas ilegais, do Benfica poderão entrar no estádio com todo o seu material”.

Recordando que, apesar de o FC Porto ter impedido a entrada de adereços alusivos às claques ilegais de benfiquistas no jogo da primeira volta, aos mesmos elementos foi permitido ostentarem os símbolos e cores do clube, “como foi bem visível nas últimas ocasiões em que o Benfica jogou no Estádio do Dragão”.

O comunicado portista relembra que “a obrigatoriedade de registo e legalização das claques é de 2004 e desde então que há duas claques - os No Name Boys e os Diabos Vermelhos, ambas do Benfica - que são ilegais”.

“Haverá no país maior exemplo de impunidade do que este?”, questiona o FC Porto, acrescentando: “Passaram mais de seis anos e, em todos os jogos do Benfica, as claques estão lá, todo o país as vê, mas as autoridades portuguesas ainda não tiveram oportunidade de fazer uma investigação implacável”.

O FC Porto diz que, “definitivamente, é tempo de em Portugal todos os cidadãos e todas as instituições serem tratados da mesma forma”, e questiona uma vez mais a ação do Ministério da Administração Interna: “Para que serve um Governo que faz uma lei e depois não a consegue aplicar? Obviamente para nada”.

O comunicado conclui apelando aos adeptos portistas que “apesar do clima provocatório e intimidatório que o Benfica está a criar para o jogo de domingo, mantenham sempre um comportamento cívico e pacífico”.