Os 2 da (Nova) Vaga

"Os 2 da (Nova) Vaga" - que são Jean-Luc Godard e François Truffaut - conta uma história de amizade e ruptura que é ainda a história do cinema. Como se naquela amizade que explodiu, declaração irremediável de que aqueles dois não iriam envelhecer juntos, ficassem forjadas as contradições que iriam marcar os filmes e a sua relação com os espectadores. Dito isto: se vemos isso no documentário de Emmanuel Laurent é porque, hoje, estamos em condições de o saber. Não porque o filme nos revele. Quer dizer: Laurent está no centro da história mas é como se não se desse conta disso ou não quisesse acusar tamanha responsabilidade.


Veja-se, por exemplo, como é enunciado o fio Jean-Pierre Léaud - actor-filho dos desavindos Godard e Truffaut - e como isso fica assim só, enunciado. Ou como as consequências da ruptura entre os dois podem despertar várias perguntas - uma delas: como seria o cinema francês, hoje, se Truffaut tivesse continuado e Godard não tivesse desistido? - que o filme não se lembra de perguntar. Falta a "Os 2 da (Nova) Vaga" - excelente pesquisa de arquivo, temos de ser justos - ensaiar um olhar.

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