Costinha é o quarto líder do futebol do Sporting a sair do clube em 15 meses

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Costinha criticou a política sportinguista para o futebol Miguel Manso (arquivo)

O presidente demissionário do Sporting, José Eduardo Bettencourt, oficializou ontem a demissão de Costinha, uma das apostas do seu mandato na estrutura do futebol tal como foram os seus antecessores Pedro Barbosa, Sá Pinto e Salema Garção. Uma demissão que não foi tão surpreendente quanto as declarações públicas do ex-director para o futebol que ditaram esta semana o seu destino em Alvalade, a poucos dias de completar um ano no cargo. A viver os seus derradeiros (e conturbados) dias no clube, a actual direcção vai assistindo às movimentações para as eleições de 26 de Março, onde a aliança Godinho Lopes-Rogério Alves perfila-se cada vez mais como forte alternativa à sucessão.

Menos de 48 horas depois de ter criticado violentamente a política sportinguista para o futebol, lamentando a saída do avançado Liedson e a falta de meios para concorrer com Benfica e FC Porto, Costinha foi demitido da SAD (Sociedade Anónima Desportiva). Um desfecho aguardado por todos os sportinguistas e confirmado ontem à tarde à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Em comunicado, os "leões" informaram ter decidido "revogar o contrato de prestação de serviços e respectivo aditamento", com "efeitos imediatos".

A duas semanas de completar um ano na estrutura do futebol (onde che- gou há 350 dias, a 25 de Fevereiro de 2010), Costinha engrossou para quatro os directores de futebol que já saíram da SAD durante a presidência de José Eduardo Bettencourt, que dura há apenas um ano e oito meses. Um elenco que já teve como protagonistas Pedro Barbosa (cinco meses), Ricardo Sá Pinto (pouco mais de dois meses) e Miguel Salema Garção (interino durante quatro meses).

A saída de Costinha deixará mais isolado o treinador Paulo Sérgio, mas não terá grandes efeitos na gestão do futebol leonino, já que a contratação de José Couceiro para o cargo de director-geral, em Dezembro do ano passado, tinha esvaziado grande parte das competências do ex-jogador do Mónaco e do FC Porto.

Enquanto assiste aos últimos dramas da direcção de Bettencourt, Godinho Lopes vai ultimando a sua candidatura às eleições de Março. Na semana passada, estabeleceu um princípio de acordo com Rogério Alves (chegou a estar muito próximo de avançar com uma candidatura própria), que foi convidado a liderar a lista para a mesa da assembleia geral (AG), segundo o PÚBLICO apurou. Um cargo que o advogado já ocupou na presidência de Filipe Soares Franco e que pertence actualmente a Dias Ferreira.

Com Rogério Alves vão transitar para a candidatura de Godinho Lopes muitos dos seus apoiantes, nomeadamente o adversário de Bettencourt nas últimas eleições, Paulo Pereira Cristóvão (que foi também sondado por Braz da Silva, outro candidato anunciado), que poderá ocupar uma das vice-presidências. Mas também José Filipe Nobre Guedes, o pai do projecto de reestrutu- ração financeira, recentemente implementado pelo clube, e o banqueiro José Maria Espírito Santo Ricciardi, estão com o engenheiro responsável pelo processo de construção do actual estádio e da Academia de Alcochete. Estes dois elementos integram os actuais órgãos sociais e possibilitam uma transição menos radical com o passado recente. O mesmo acontece com Paulo Abreu, que ocupa a vice-presidência da AG, e deverá liderar a lista para o conselho leonino.

Deste órgão consultivo do clube, devem também vir a integrar as listas para os órgãos sociais Menezes Rodrigues, ex-vice-presidente, e o professor Rui Oliveira e Costa.

Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal, foi igualmente convidado por Godinho Lopes, podendo ocupar a presidência do conselho fiscal ou uma vice-presidência com o pelouro comercial.

Para o futebol, Godinho Lopes vai apostar numa dupla que trabalhou junta no ano em que o Sporting interrompeu um longo jejum de 18 anos sem títulos, na temporada de 1999-2000: Luís Duque, ex-presidente da SAD, e Carlos Freitas, ex-administrador desta sociedade.

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