Ban Ki-moon: anúncio do Papa sobre preservativos é “pragmático e realista”
Num livro que sairá na terça-feira e cujos excertos foram revelados ontem pelo Vaticano, Bento XVI diz que os preservativos não são uma “solução verdadeira e moral”, mas admite o seu uso em casos concretos. No ano passado, numa viagem a África – onde há 28 milhões de pessoas com o vírus da sida - o Papa dissera que o preservativo não ajuda a travar a sida, mas apenas a abstinência e fidelidade.
“As declarações do Papa são bem vindas”, disse o secretário-geral da ONU, hoje de manhã em Lisboa, onde esteve para participar na cimeira da NATO.
“Todos sabemos que as posições do Papa e do Vaticano têm sido muito tradicionais”, disse Ban Ki-moon.
“Esta [nova] posição reflecte a consciência e compreensão pelo Papa e pelo Vaticano de que a sida é uma das doenças mais graves do mundo, que afecta muitos milhões de vidas, e que temos que trabalhar juntos.”
A entrevista exclusiva do secretário-geral da ONU, em que Ban Ki-moon faz um balanço da cimeira da NATO em Lisboa, fala sobre o Afeganistão, Timor-Leste e o futuro da ONU, será publicada na íntegra esta segunda-feira no PÚBLICO.