Rendimento disponível das famílias cai 1,1 por cento no terceiro trimestre

Segundo as Contas Nacionais Trimestrais, que o Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje publicou, o rendimento disponível das famílias caiu 1,1 por cento nos 12 meses até ao final do terceiro trimestre de 2009 (variação em cadeia), quando no ano acabado no segundo trimestre registava uma variação positiva de um por cento.

O INE explica que a quebra no rendimento aconteceu devido a três factores: a dissipação do efeito de antecipação de reembolsos em sede de IRS, a continuação da variação negativa dos rendimentos líquidos de propriedade (devido à redução das taxas de juro passivas) e ao saldo negativo das transferências correntes com o resto do mundo.

No último ponto, acusando as dificuldades da actual conjuntura, destaca-se a queda nas remessas dos emigrantes para Portugal, que caíram 4,4 por cento, enquanto as transferências de imigrantes para fora do país subiram 0,4 por cento.

Apesar da queda no rendimento disponível, a taxa de poupança das famílias (percentagem do dinheiro poupado no total do rendimento disponível) não sofreu grandes alterações.

A taxa de poupança das famílias situou-se em 8,3 por cento no ano acabado no terceiro trimestre, quando no ano acabado no segundo trimestre se situava nos 8,5 por cento, uma variação menos significativa explicada pela queda no consumo final de -0,8 por cento.

Os recursos gerados pelas poupanças das famílias, juntamente com o saldo das transferências de capital recebidas, finalizaram no terceiro trimestre uma variação de -3,5 por cento, uma evolução compensada pelo decréscimo do investimento, adianta ainda o INE.

Assim, a capacidade de financiamento das famílias manteve-se, sendo que o seu peso no Produto Interno Bruto (PIB) continua nos 3,2 por cento.