Britânico condenado à morte na China pode ser executado esta madrugada

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Akmal Shaikh terá sido enganado por traficantes chineses na Polónia Luis Belmonte/Reprieve

O homem de 53 anos, que recebeu hoje a visita da família na prisão, diz não saber como é que quatro quilos de heroína foram parar à sua bagagem quando esta foi revistada na cidade Urumqi, no ocidente da China, em 2007. A família diz que ele está gravemente doente. “Acho que ele não vai conseguir compreender o que lhe está a acontecer”, disse à BBC a sua filha, Leilla Hornsell.

Segundo a filha, Akmal Shaikh, terá sido abordado por traficantes de droga na Polónia, que se aproveitaram do seu estado mental – que o fazem ter um comportamento “errático e extremo” – para o convencer de que poderiam fazer dele uma estrela pop na China. “Gostava de ter esperança, mas o tempo parece estar a acabar-se”, disse Leilla Hornsell à televisão pública britânica.

Soohail e Nasir Shaikh, primos de Akmal Shaikh, visitaram-no hoje no hospital-prisão em Urumqi, onde está desde Agosto, e dizem que ele está “muito perturbado”. Foi a primeira visita de familiares desde ele foi preso e foram os primos que lhe comunicaram a presumível hora da sua execução.

“A conversa que tivemos com ele, e os sentimentos que expressou incluem alguns aspectos que não nos parecem racionais e que temos de sublinhar para provar que ele precisa de assistência médica”, disse à BBC Soohail Shaikh.

A organização não governamental Reprieve tem trabalhado com a família Shaikh, e divulgou testemunhos de pessoas que conheceram Akmal enquanto ele vivia na Polónia como sem-abrigo. Todas estas testemunhas indicavam que Akmal Shaikh era doente mental, e que tinha uma fixação em gravar uma canção que ele acreditava que traria a paz no mundo.

“Estas provas de última hora são um exemplo da razão por que deve sempre haver tempo para clemência”, comentou Clive Stafford Smith, director da Reprieve, citado pela BBC.

Do gabinete do primeiro-ministro Gordon Brown saiu uma nota de imprensa dando conta dos esforços feitos pelo Governo britânico para tentar impedir a execução. Gordon Brown evocou o dossier com o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao na cimeira de Copenhaga e escreveu várias vezes ao Presidente Hu Jintao, disse um porta-voz do número 10 de Downing Street. “Continuaremos a discutir nas próximas horas com a China”, diz ainda a nota de imprensa.

Frente à embaixada chinesa em Londres há também uma pequena manifestação por Akmal Shaikh. Se a pena for cumprida, será a primeira vez em 50 anos que um europeu é executado na China, dizem os advogados de Shaikh.

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