Al-Qaeda reivindicou atentado falhado em avião no dia de Natal
O explosivo que transportava (PETN) era um pó da família da nitroglicerina, em quantidade suficiente para fazer um buraco na carlinga do avião, mas não necessariamente para destruir o aparelho, ou para provocar a sua queda, dizem especialistas em explosivos.
Segundo as primeiras conclusões do inquérito, Farouk Abdul Mutallab transportaria cerca de 80 gramas deste pó, que tentou misturar com um líquido que transportava numa seringa. “Não é uma dose enorme. No entanto, no quadro de uma experiência que fiz há uns meses, com essa quantidade fiz explodir uma chapa de aço com 1,3 centímetros de espessura, e fiz um buraco do tamanho de uma moeda pequena”, disse à AFP Jimmie Carol Oxley, especialista em explosivos da Universidade de Rhode Island (EUA). E as paredes do avião são de uma liga maioritariamente de alumínio, um metal bastante mais leve e menos resistente do que o aço.
“Este é um dos mais potentes explosivos. A bordo de um avião, em particular do lado da janela, onde a fuselagem é mais vulnerável, basta uma pequena dose para a destruir”, disse também à agência noticiosa francesa Bruce Hoffman, perito em terrorismo da Universidade de Georgetown em Washington D.C.
O que falta saber é se o buraco na fuselagem seria fatal ou não. “Tudo depende do tamanho, da potência do explosivo e da altitude a que fosse o avião. Quanto mais alto fosse, mais vulnerável estaria, devido à forte pressurização”, explicou à AFP Vincent Favé, especialista em acidentes aéreos.