FNE quer ver acesso ao topo da carreira alargado aos professores com "Bom"
O Ministério da Educação e os sindicatos dos professores voltam durante o dia de hoje à mesa das negociações por causa da revisão do estatuto da carreira docente e da avaliação dos professores, num momento em que as negociações se encontram num impasse devido às quotas de progressão na carreira.
No fim da manhã, no final da reunião com a tutela, a FNE apontou que ainda não tinha conseguido chegar a acordo com o Governo, mas que tinha havido “um bom debate”, com uma discussão em volta da “dimensão avaliativa formativa” e da “organização pedagógica das escolas”.
A FNE deixou a garantia de que está disposta “a encontrar soluções com o Governo”, mas não abdica de um princípio que lhe parece ser “essencial”.
“Quando entra na carreira, [queremos que] o professor tenha legítima expectativa de que mesmo sem ter ‘Excelente’ ou ‘Muito Bom’, mesmo sendo ‘Bom’, atinja sempre o topo da carreira”, revelou o secretário-geral da FNE, em declarações aos jornalistas.
No entender de João Dias da Silva, é importante que “todos [os docentes] tenham a possibilidade de aceder ao topo da carreira em tempo útil”.
O sindicalista admite que “tudo vai depender agora da dimensão da carreira”, lembrando que a FNE “evoluiu em relação à sua proposta inicial de acesso ao topo em 28 anos” e que a tutela “mantém a sua lógica de 34 anos”.
“Não sabemos qual é a proposta que o Ministério vai colocar em cima da mesa, mas o que para nós é essencial é a garantia de cumprimento deste princípio”, sublinhou Dias da Silva.
No entanto, segundo o secretário-geral da FNE, a tutela deu garantia de estar disposta a negociar sobre esta matéria.
“Perguntámos se era possível trabalharmos para uma solução em que qualquer professor que tenha sempre a menção de ‘Bom’ tenha a garantia absoluta de que chegará ao topo da carreira em tempo útil e a resposta foi sim”, salientou João Dias da Silva.
João Dias da Silva acrescentou ainda que a FNE não tem a solução, apenas um problema e um objectivo e que compete agora à tutela trabalhar sobre a proposta de solução que “responda àquilo que é o objectivo que a FNE enunciou”.