Director do Museu de Évora coloca cargo à disposição
"O meu perfil é o de um historiador que conhece muito bem as colecções que o museu tem - o que até esta fase era uma prioridade", explica Caetano. A partir daqui, e tendo em conta que "não se prevê um aumento orçamental que permita uma programação de acordo com o que a cidade e o museu devem ter", considera necessário encontrar alguém com um perfil mais virado para "a captação de financiamentos e mecenatos".
Com esta decisão - que já comunicou ao novo director do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), João Brigola -, Caetano anteciparia a sua saída do cargo, prevista para 2011. "Neste momento o museu tem a programação garantida por um ano e meio." Isto permitiria ao novo director ter tempo para se concentrar na procura de novos fundos, explica.
Caetano sublinha que não se trata de uma ruptura com a nova direcção do IMC, mas sim de um esforço para "pensar em conjunto o que é melhor para o museu". Com o IMC a garantir apenas os gastos com o funcionamento dos museus, "a tarefa de encontrar meios para um orçamento de investimento [em programação, actividades, serviço educativo] será deixada aos próprios museus", o que pode criar situações de desequilíbrio.
O Ministério da Cultura tem vindo a enfatizar a importância da gestão na direcção dos museus. Houve, inclusivamente, diz Joaquim Caetano, "a introdução de mecanismos de avaliação de gestão por objectivos". O problema, acrescenta, é que os museus da rede nacional enfrentam um esquema de avaliação "quase empresarial" ao mesmo tempo que mantêm "meios de gestão que não se afastam muito da repartição pública", e "as duas coisas juntas funcionam mal".
O PÚBLICO tentou obter ontem uma reacção do IMC mas não conseguiu uma resposta até à hora do fecho da edição.