Universidade da Beira Interior desenvolve tecido com sensores electrónicos

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A aplicação está prevista para enfermarias ou espaços de internamento PÚBLICO

Estão em preparação coberturas para camas que vão detectar pressão prolongada em determinadas partes do corpo. Os sensores alertarão o pessoal médico para mudarem a posição dos pacientes e evitarem úlceras de pressão ou escaras.

No universo de uma unidade de saúde, “estas complicações têm uma prevalência de três a 30 por cento e custos económicos associados muito elevados”, explicou Nuno Belino, docente da UBI e investigador na área dos têxteis não convencionais.

O projecto Medtex vai ser financiado com cerca de 500 mil euros durante três anos pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e desenvolvido em parceria com a empresa têxtil Quinta de São Cosme, em Gouveia.

A aplicação está prevista para enfermarias ou espaços de internamento com vista a facilitar as tarefas de quem cuida de várias pessoas ao mesmo tempo ou em casos de doentes em coma, cuidados intensivos ou pós-operatório.

Nos espaços em que o novo têxtil venha a ser utilizado haverá um servidor que vai recolher as informações de cada cama através de redes sem fios.

“O projecto prevê que quem esteja a cuidar de vários pacientes receba alertas em tempo real sobre a posição de cada um no telemóvel ou noutros dispositivos móveis”, sublinhou.

“Os têxteis inteligentes têm tido uma evolução absolutamente espantosa, graças à miniaturização dos componentes electrónicos que já usamos no nosso dia-a-dia”, sublinha o investigador.

No caso do tecido em desenvolvimento na UBI, estão pensadas outras aplicações médicas específicas para além do recobrimento para as camas. “Há diversas soluções tecnológicas em estudo” para medição localizada da pressão em braços, pernas ou em utilizadores de cadeiras de rodas. “A solução comercial e exequível deverá estar pronta no prazo de três anos”, concluiu Nuno Belino.