Ministro das Finanças quer melhoria do controlo e auditoria internos dos bancos

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O ministro disse que em Portugal os bancos mostraram "boa resiliência" face à crise Pedro Cunha (arquivo)

“As instituições de crédito devem melhorar o sistema de controlo interno e o sistema de auditoria interna, no sentido de um alinhamento com as recomendações para o sector. Há margem para aperfeiçoamento”, disse o ministro das Finanças, em Lisboa.

O governante destacou que os novos desafios que se colocam ao sistema financeiro implicam alguns reajustamentos não só ao nível dos sistemas de controlo e auditoria internos, como também no quadro das remunerações.

“Não obstante a boa resiliência que os bancos em Portugal mostraram face à crise, é necessário assegurar uma maior sustentabilidade do sistema”, disse o governante, adiantando ainda que os bancos se devem preocupar em ter “uma boa performance na solvabilidade e liquidez”.

Teixeira dos Santos destacou que “mais importante que a questão das remunerações é o reforço dos sistemas de controlo e auditoria”.

Alteração na supervisão nacional

O ministro falou também da alteração ao nível do sistema de supervisão em Portugal que vai passar para um sistema dualista, com o Banco de Portugal a ficar responsável pela supervisão prudencial e com a criação de uma nova autoridade para a supervisão comportamental.

“As instituições de crédito em Portugal têm sido capazes de resistir sem apoio público (desde Abril de 2009) e mantêm a sua liquidez e solvabilidade”, salientou Teixeira dos Santos, apontando para a capacidade da banca portuguesa de “manter a actividade de concessão de crédito a uma média bastante superior aos restantes países europeus”.

As linhas de crédito abertas para as pequenas e médias empresas (PME), para a aquisição de painéis solares e a flexibilização do crédito à habitação para os desempregados foram os três exemplos escolhidos por Teixeira dos Santos para destacar o papel da banca no financiamento à actividade económica em Portugal.

O ministro disse também, na abertura da Conferência promovida hoje em Lisboa pela Reuters e pela TSF, que a relação dos bancos com os clientes deve ser alterada por forma a que “haja um rigoroso conhecimento da capacidade financeira e dos riscos que os clientes podem tomar”.