Caso Haidar: UE pede a Marrocos que respeite "as suas obrigações" relativas aos direitos do Homem
Em comunicado, a presidência da UE expressa “a sua inquietude quanto à saúde” de Haidar, de 42 anos, que está em greve de fome desde 16 de Novembro. Foi interpelada pelas autoridades marroquinas à chegada do seu avião a Laâyoune, a principal cidade do Sara Ocidental, quando vinha das Canárias. Segundo as autoridades marroquinas, ela ter-se-á recusado a “cumprir as formalidades habituais de polícia e negou a sua nacionalidade marroquina”. No dia seguinte, a militante pró-Frente Polisário foi expulsa e e reenviada para as Canárias.
Desde então, Haidar está em fome, exigindo o direito de voltar ao Sara Ocidental, território sob administração marroquina. Marrocos anexou esta antiga colónia espanhola em 1975 e considera-a parte integrante do reino. A Frente Polisário, apoiada pela Argélia, luta pela independência.
“A minha reivindicação é regressar ao Sara Ocidental, morta ou viva, com ou sem passaporte”, diz Haidar, em resposta a um jornalista que lhe perguntou se regressaria com um passaporte marroquino.
Mas Rabat permanece inflexível, apesar de Haidar ir já no 25º dia de greve de fome: “A senhora Haidar conhece o caminho que a levará para Marrocos: deve admitir o seu erro e apresentar um pedido de desculpas pela ofensa que fez aos símbolos da nação”, respondeu por seu lado o ministro marroquino da Comunicação, Khalid Naciri.
Marrocos é um dos principais parceiros da União Europeia, no quadro da política de cooperação com os países vizinhos da UE. No ano passado, Rabat obteve um “estatuto avançado” na sua parceria comercial e económica com a Europa, recorda a AFP.