Quercus presenteia primeiro-ministro com alertas sobre Copenhaga
Uma calculadora solar, uma lâmpada economizadora LED, um carregador solar de telemóvel, um sobreiro para plantar e um cheque de 195 mil milhões de dólares por assinar são os cinco presentes que os ambientalistas entregaram em São Bento, no gabinete do primeiro-ministro, José Sócrates, cuja presença em Copenhaga já foi confirmada.
A Quercus e a Objectivo 2015 - Campanha do Milénio das Nações Unidas - pretendem com esta iniciativa apelar a primeiro-ministro para que Portugal contribua activamente para "uma posição mais ambiciosa da União Europeia e para que faça investimentos coerentes em termos de política energética e ambiental no combate às alterações climáticas", afirmam os ambientalistas, em comunicado.
A calculadora deverá ajudar a fazer as contas aos valores de emissões necessárias para evitar alterações climáticas catastróficas, o que no caso da União Europeia implica uma redução de 40 por cento, 30 assegurados pelo esforço interno e dez pela aquisição de créditos externos de carbono.
A lâmpada LED simboliza a aposta na eficiência energética, mais decisiva do que as energias renováveis, um sector onde os investimentos têm melhor relação de custo-eficácia.
Mas como as energias renováveis também são fundamentais, o carregador solar de telemóvel assinala que é indispensável os países desenvolvidos acordarem um fundo tecnológico que ajude os países em desenvolvimento num futuro menos dependente de combustíveis fósseis e, consequentemente, com menores emissões de carbono.
O quarto presente, um sobreiro, simboliza a importância das florestas na redução das concentrações de dióxido de carbono na atmosfera.
A Quercus defende que Portugal, com um terço do território ocupado por área florestal, deve "defender uma forma de contabilização do contributo das florestas na redução das emissões que seja simples, transparente e baseada numa referência histórica".
O último presente é um cheque de 195 mil milhões de dólares, que é o valor necessário por ano para ajudar os países em desenvolvimento - aqueles que menos contribuíram para o problema mas que são mais afectados por ele - na redução das suas emissões e na adaptação aos efeitos das alterações climáticas, que já não se podem evitar.
Na próxima segunda-feira, dia 7 de Dezembro, tem início a 15ª reunião da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (COP15) em Copenhaga, Dinamarca.
Até dia 18 de Dezembro, os países de todo o mundo vão ter de acordar numa nova meta de redução de gases de efeito de estufa que continue e supere o trabalho começado pelo Protocolo de Quioto.