Negócio no Brasil já pesa 25 por cento na facturação do grupo hoteleiro Vila Galé
Em 2008, a empresa facturou 60 milhões de reais no Brasil (cerca de 23,2 milhões de euros) e espera atingir os mesmo números no final do ano, com resultados operacionais de 18 milhões de reais.
Depois de, em Setembro, ter juntado ao seu portefólio a gestão de dois eco resorts em Angra dos Reis e em Pernambuco - que pertencem ao Funcef - Fundação dos Economiários Federais, o terceiro maior fundo de pensões do Brasil -, o Vila Galé já identificou um outro imóvel, localizado na Lapa, centro histórico do Rio de Janeiro, onde poderá construir um novo hotel. É mais um alvo de investimento no único mercado internacional onde, até agora, a empresa tem traçado a sua expansão.
"Trata-se da zona mais portuguesa do Rio de Janeiro e já identificámos algo que dá para fazer um hotel. A prefeitura está empenhada", revelou ao PÚBLICO Jorge Rebelo de Almeida.
Contas feitas, e incluindo o resort Vila Galé Cumbuco em construção no Ceará, o grupo português terá seis hotéis no Brasil com um total de 2100 quartos, no final do próximo ano. "Temos de capitalizar tudo o que fizemos para entrar neste mercado", disse, justificando assim a não abertura de novas unidades noutros países. As autoridades brasileiras têm feito propostas de localizações ao grupo português, que admite querer crescer rapidamente em terras de Vera Cruz. "Estamos a tentar estabelecer parcerias com o Funcef e com outros fundos para crescer mais rápido. Este mercado não é fácil, mas é indiscutível", adianta Jorge Rebelo de Almeida.
Portugal e Brasil vão manter-se como destinos prioritários para os investimentos do Vila Galé, mas Jorge Rebelo de Almeida assume que "faz sentido ter uma unidade na costa mediterrânica, nomeadamente, em Marrocos".
Certa é a continuação do investimento no mercado doméstico. Em Abril está prevista a abertura do novo Vila Galé Coimbra, com 229 quartos. Sintra, Caxias e Évora estão em fase de projecto. "Há um ano estávamos a roer as unhas, preocupados porque tinha estalado a crise. Mas colectivamente o Vila Galé assumiu que não ia parar e decidiu manter os investimentos previstos. Há vida para além da crise", considera o presidente do grupo hoteleiro, acrescentando que "é preciso dar umas "cadeiradas" a quem passa a vida a criticar e a dizer mal".
Em Abril, o Vila Galé abriu um quatro estrelas superior com 170 quartos na Meia Praia, Lagos, que já facturou quatro milhões de euros e poderá atenuar a quebra prevista na facturação de 2009. Segundo dados fornecidos pela empresa, as vendas deverão descer entre oito a dez por cento. "Foi uma aposta que deu certo", admite o empresário. No final do ano, o grupo estima um resultado operacional superior a 20 milhões de euros.
À espera da recuperação do mercado imobiliário está um novo projecto de turismo residencial na herdade de Santa Vitória, em Beja. O plano está para aprovação e o avanço "depende da conjuntura".