Nobel da Medicina para estudo sobre enzima que protege os cromossomas
Dito assim, há pouco que se perceba de imediato. Mas o trabalho destes cientistas foi fundamental para compreender o envelhecimento e os erros na divisão celular e na cópia dos nossos genes, de cada vez que a célula se divide, no processo de crescimento – ou de envelhecimento.
Os telómeros são como que as capas dos atacadores dos sapatos, que os impedem de se irem desfiando e desfazendo. Fazem o mesmo aos cromossomas, os aglomerados de material genético que se agrupam em pares, um herdado do pai, outro herdado da mãe, dentro das nossas células.
Mas os telómeros vão diminuindo, a cada divisão celular, e é a enzima telomerase que controla a sua actividade, que os constrói. Se a enzima diminui, a protecção dos cromossomas diminui também, e começam a ficar mais sensíveis à degradação.
Esta foi a descoberta de ciência fundamental feita por estes três cientistas, e que tem importantes efeitos para a saúde. As células do cancro, imortais, têm uma altíssima actividade da telomerase, por exemplo. Mas talvez se aprendermos a controlar essa enzima de forma favorável, possamos adiar o envelhecimento – ou adiar doenças relacionadas com o progressivo mal funcionamento da divisão celular.
Elizabeth Blackburn nasceu em 1948 na Austrália mas trabalha na Universidade da Califórnia, em São Francisco.
Carol W. Greider, nascida em 1961, é investigadora na Johns Hopkins University School of Medicine, em Baltimore, nos EUA.
Finalmente, Jack W. Szostak, nascido em 1952 em Londres, trabalha em Boston, no Howard Hughes Medical Institute, na faculdade de Medicina de Harvard e no hospital geral de Massachusetts.